Queijo de Alagoa atrai visitantes de todo o Brasil e exterior
Foto: Divulgação/Emater-MG

Jayr Martins de Barros acorda todos os dias às 5h da manhã para iniciar a ordenha na Fazenda Serra do Condado, em Alagoa, no Sul de Minas Gerais. Às 8h, o queijo artesanal já descansa nas formas, seguindo um ritual que o produtor aprendeu ainda criança com o pai.

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“Saía da escola e ia para o laticínio, tombar queijo, ajudar”, relembra o queijeiro, que hoje produz uma das iguarias mais cobiçadas da região: o famoso Queijo de Alagoa.

A propriedade fica a mais de mil metros de altitude, nas Terras Altas da Mantiqueira, onde o clima e a qualidade do leite favorecem a produção artesanal. Jayr mexe pacientemente a massa até cozinhar no ponto ideal, que ele identifica amassando um pouco nas mãos. “Tá de primeira qualidade”, atesta.

Conhecimento passa de geração em geração

A tradição familiar continua viva através dos filhos de Jayr. Tatiane Barros Siqueira produz queijo artesanal em Aiuruoca e mantém vínculo estreito com a fazenda do pai. “Juntos somos mais. Siqueira Barros, que é a minha marca de queijo, de um lado e Serra do Condado do outro. E eu só tenho a agradecer, por tudo”, emociona-se a produtora.

Flávio Barros, o outro filho, assume papel fundamental no processo. Mais reservado, ele cuida do rebanho e garante a qualidade do leite – base essencial para o queijo de excelência.

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Fazenda se torna escola de queijeiros

Jayr compartilha abertamente suas técnicas e já ensinou diversos produtores. “O que a gente tem, a gente passa para os outros”, resume sua filosofia. A Fazenda Serra do Condado recebe visitantes de várias regiões do país e do exterior, interessados tanto em aprender o ofício quanto em conhecer o local.

O caderno de registros da propriedade guarda assinaturas de pessoas de Cuba, Piauí, Brasília, Mato Grosso e Goiás. “Uma moça queria me levar pra Pernambuco, pra eu ensinar a fazer queijo. Mas falei que não podia. Uma, que eu tenho medo de avião. Outra, ter que largar a família, não”, conta o queijeiro.

Emater-MG apoia produtores artesanais

O reconhecimento do Queijo de Alagoa no mercado nacional e internacional contou com o suporte da Emater-MG. “A Emater ajuda muito, dá apoio em tudo”, afirma Jayr.

A empresa pública orienta os produtores desde o manejo dos animais até as boas práticas de fabricação e a abertura de novos mercados. O trabalho técnico contribuiu para que o queijo conquistasse premiações e expandisse seu alcance comercial.

Apesar do sucesso, Jayr mantém a simplicidade e encontra felicidade na rotina das montanhas mineiras. “Aqui tudo é bom, os vizinhos todos bons, água boa, leite bom, família boa, tudo trabalhador. A gente vive feliz. Acho que a gente aqui tá quase no céu”, conclui o produtor.