Resumo da notícia
- O Brasil enfrenta risco de crise na armazenagem de grãos, com capacidade atual para armazenar apenas 60% da produção de 330 milhões de toneladas, gerando déficit especialmente no Mato Grosso.
- A produção crescente, especialmente do milho segunda safra, sobrecarrega os armazéns entre março e julho, agravando o problema de armazenamento e aumentando perdas físicas e econômicas.
- A expansão da produção de etanol de milho no Centro-Oeste utiliza 16% da capacidade de armazenamento do Mato Grosso, pressionando ainda mais o sistema logístico do setor.
- Fortalecer cooperativas e ampliar o acesso a crédito, como pelo programa PCA do BNDES, são medidas essenciais para reduzir o déficit e apoiar pequenos e médios produtores que enfrentam falta de escala e infraestrutura adequada.
Resumo gerado pela redação.
O Brasil enfrenta risco de crise na armazenagem de grãos se não ampliar os investimentos. O alerta é do professor Thiago Guilherme Péra, coordenador do Grupo de Pesquisa em Logística Agroindustrial da ESALQ/USP e conselheiro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS).
Hoje, o país produz 330 milhões de toneladas, mas consegue armazenar apenas 60%, cerca de 198 milhões de toneladas. O Mato Grosso, maior produtor, deve colher 100 milhões de toneladas em 2025, mas tem capacidade para guardar só 60%. Isso gera um déficit de 40 milhões de toneladas.
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Nas últimas safras, as imagens de milho estocado a céu aberto, especificamente em Sinop (MT), evidenciam o problema. Péra destaca que esse tipo de armazenagem aumenta perdas físicas e econômicas.
Antes de 2012, o Brasil mantinha superávit na armazenagem. A chegada do milho segunda safra, que superou a primeira em volume, mudou o cenário. O pico de colheitas entre março e julho sobrecarrega os armazéns.
Além disso, a produção crescente de etanol de milho no Centro-Oeste agrava a demanda. Cerca de 16% da capacidade mato-grossense destina-se ao etanol, pressionando ainda o sistema logístico.
Para o especialista, fortalecer cooperativas e ampliar o acesso a crédito, como pelo programa PCA do BNDES, pode reduzir o déficit. Pequenos e médios produtores sofrem com falta de escala e de armazéns adequados, ressalta.
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