Resumo da notícia
- O Brasil celebra o Dia Nacional da Cachaça em 13 de maio, reconhecendo a importância histórica, cultural e econômica da bebida, que é patrimônio nacional e conquista mercados internacionais.
- A cachaça foi criada no século XVI por negros escravizados e possui grande diversidade regional, com mais de 1.200 cachaçarias e cerca de 6 mil produtos registrados no país.
- Viçosa do Ceará lidera o ranking nacional com 25 cachaçarias, superando tradicionais polos de Minas Gerais, enquanto o Nordeste cresce como importante região produtora.
- O setor da cachaça gera empregos, movimenta a economia e valoriza a identidade brasileira, com 98% da produção vindos de pequenos e médios produtores espalhados pelo território nacional.
O Brasil celebra neste sábado (13) o Dia Nacional da Cachaça. A data reconhece a importância histórica, cultural e econômica do destilado mais tradicional do país. A bebida conquista mercados internacionais e movimenta milhões na economia nacional.
A cachaça representa o primeiro destilado das Américas e patrimônio da cultura brasileira. O Dia Nacional marca uma tradição que atravessa séculos e hoje alcança reconhecimento mundial. A celebração destaca não apenas história, mas também potencial econômico da bebida.
A data comemorativa tem origem em 1661. Neste ano, a rainha Luísa de Gusmão liberou a produção e comercialização da cachaça no Brasil. A decisão real marcou momento crucial para a economia colonial e consolidação da bebida.
- Brasil e Reino Unido firmam pacto por fertilizantes sustentáveis
- Zé Neto vence depressão através da pescaria e vira defensor da saúde mental
Negros escravizados criaram a cachaça no século XVI nas fazendas de cana e engenhos de açúcar. O destilado nasceu da criatividade e resistência dos trabalhadores rurais. A bebida se tornou símbolo de identidade nacional ao longo dos séculos.
A cachaça recebe diversos nomes populares: pinga, caninha, “marvada” ou aguardente. Cada região brasileira desenvolveu tradições próprias de produção. A diversidade regional enriquece o patrimônio cultural da bebida.
Mercado nacional forte e diversificado
O Brasil conta atualmente com 1.217 cachaçarias registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária. O setor cataloga quase 6 mil produtos diferentes. Os números revelam diversidade e força do mercado interno.
Cada brasileiro consome em média 6,9 litros de cachaça por ano. O Instituto Brasileiro de Cachaça mostra que 98% da produção nacional vem de pequenos e médios produtores. O perfil demonstra capilaridade da atividade pelo território brasileiro.
A bebida movimenta mais que tradição cultural. O setor gera desenvolvimento econômico, empregos diretos e indiretos. A cachaça valoriza a produção nacional e fortalece a identidade brasileira no mundo.
Viçosa do Ceará Lidera Ranking Nacional de Cachaçarias, com 25 Estabelecimentos Registrados
Dados do Anuário da Cachaça 2025, divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), confirmam Viçosa do Ceará como a cidade com o maior número de cachaçarias do Brasil. O município cearense possui 25 estabelecimentos registrados, superando tradicionais polos produtores mineiros e consolidando o Nordeste como região em ascensão no setor .
O ranking nacional destaca a diversificação da produção de cachaça no país, com estados como Minas Gerais, Paraíba e Ceará dominando a cena. A lista das cinco cidades com mais cachaçarias é:
- Viçosa do Ceará (CE): 25 cachaçarias
- Salinas (MG): 20 cachaçarias
- Alto Rio Doce (MG): 22 cachaçarias
- Areia (PB): 15 cachaçarias
- Rio Espera (MG): 15 cachaçarias
Apesar de a região Sudeste ainda concentrar a maior parte das cachaçarias (65,4%), com Minas Gerais como líder absoluto (501 estabelecimentos), o Nordeste foi a região que apresentou o maior crescimento absoluto em 2024, com 20 novas cachaçarias, um aumento de 11,8% .
Exportações batem recordes
A cachaça brasileira rompeu fronteiras e conquista mercados internacionais. Em 2023, o país exportou 8,6 milhões de litros da bebida. O volume gerou mais de US$ 20,2 milhões em receitas externas.
O destilado brasileiro chegou a 76 países em 2023. Os Estados Unidos lideram como principal mercado em valor de exportação. O Paraguai ocupa primeira posição em volume exportado. Os dados mostram diversificação geográfica das vendas.
O crescimento das exportações demonstra qualidade e aceitação internacional da cachaça. A bebida compete em mercados exigentes e conquista consumidores de diferentes culturas. O sucesso externo valoriza a produção nacional.
Qualidade atrai consumidores globais
A cachaça brasileira desenvolve padrões elevados de qualidade. Produtores investem em tecnologia e aprimoram processos. A melhoria contínua atrai consumidores internacionais e agrega valor ao produto.
Competições nacionais e internacionais reconhecem a excelência da cachaça brasileira. Prêmios fortalecem reputação e abrem novos mercados. O reconhecimento internacional valoriza toda cadeia produtiva.
A bebida transcende barreiras culturais e conquista paladares diversos. Bares especializados surgem em grandes centros urbanos mundiais. A cachaça se estabelece como produto premium no mercado internacional.
Tradição mineira lidera produção
Minas Gerais se destaca como maior produtor nacional de cachaça. O estado concentra 504 estabelecimentos registrados oficialmente. A tradição mineira alcança hoje mais de 600 cachaçarias em todo território.
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) promove durante setembro a 2ª edição do Circuito Mineiro da Cachaça Legal. O projeto “O Legal Merece um Brinde” atua em 19 das 21 coordenadorias regionais.
A iniciativa conscientiza produtores, comerciantes e consumidores sobre registro oficial. A programação inclui palestras, visitas técnicas, cursos e distribuição de materiais educativos. O objetivo garante qualidade e procedência da bebida.
O trabalho do IMA começou em 2019 com 183 estabelecimentos registrados. O número saltou para 251 no primeiro ano de fiscalização intensiva. A atuação fortaleceu qualidade e segurança do produto mineiro.
Em agosto de 2025, o governador Romeu Zema sancionou a Lei Estadual nº 25.424. A norma dispõe sobre inspeção de produtos de origem vegetal. A medida representa marco histórico para o setor da cachaça.
Crescimento capixaba impressiona
O Espírito Santo ocupa terceira posição no ranking nacional com 81 estabelecimentos registrados. O estado fica atrás de Minas Gerais e São Paulo, que conta com 169 unidades produtoras.
A cachaça capixaba conquista maior dispersão territorial do país. A bebida marca presença em 48,7% dos municípios estaduais. São Roque do Canaã se destaca com 13 estabelecimentos para 12 mil habitantes.
O mercado internacional reconhece qualidade da cachaça capixaba. Em 2024, o estado exportou 2,3 toneladas para 22 países. O volume movimentou aproximadamente US$ 12,6 mil.
Entre janeiro e julho de 2025, o Espírito Santo enviou 2,1 toneladas ao exterior. As vendas resultaram em US$ 18,8 mil. O crescimento de 116% supera mesmo período de 2024.
Panamá lidera compras com 28% do total exportado. Estados Unidos ocupam segunda posição com 22%. Hong Kong completa o pódio com 13%. Os mercados evidenciam expansão para Américas e Ásia.
“A cachaça capixaba atingiu elevado padrão de qualidade e se consolidou como referência nacional”, afirma Enio Bergoli, secretário estadual da Agricultura.
Futuro promissor para a cachaça
O Dia Nacional da Cachaça celebra tradição que se renova constantemente. A bebida combina história centenária com inovação tecnológica. O destilado brasileiro projeta crescimento contínuo nos mercados interno e externo.
Especialistas apontam que a diversificação geográfica da produção fortalece a cachaça como patrimônio nacional e abre oportunidades para turismo gastronômico e cultural.
Cada garrafa carrega identidade cultural e potencial econômico. A cachaça une passado e futuro em uma bebida autenticamente brasileira. O sabor nacional conquista o mundo através deste patrimônio líquido.