Acordo prevê projetos em leite e cacau para reduzir emissões de carbono e atingir meta de neutralidade até 2050

A Nestlé Brasil anunciou nesta segunda-feira (10), durante a abertura da COP30 em Belém, um acordo de cooperação estratégica com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para impulsionar a agricultura regenerativa no país. A parceria tem como foco principal o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias sustentáveis voltadas às cadeias produtivas de leite e cacau.

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O acordo já conta com dois projetos de pesquisa definidos. O primeiro vai avaliar as emissões de gases de efeito estufa em vacas leiteiras submetidas a diferentes tipos de dieta. O segundo projeto concentra-se no desenvolvimento de sistemas agroflorestais mais eficientes para a produção de cacau na Amazônia.

“Este acordo representa um passo importante da Nestlé rumo à neutralidade de carbono até 2050”, destacou Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil. Segundo ele, a ciência aplicada à prática tem papel fundamental na construção de sistemas alimentares mais sustentáveis e resilientes.

Brasil como protagonista na agricultura regenerativa

O país é considerado estratégico para a Nestlé global. Sendo um dos principais produtores de ingredientes para a multinacional. As cadeias de leite, cacau e café formam o núcleo das operações da empresa no território brasileiro.

Para a produção de cacau, a parceria prevê investimentos em pesquisa genética e práticas regenerativas. O objetivo é aumentar a produtividade e tornar o Brasil novamente autossuficiente na produção do ingrediente, aproveitando as condições climáticas favoráveis do país.

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Parceria entre setor público e privado

Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, ressaltou a importância da colaboração entre instituições públicas e empresas privadas. “É possível conciliar produtividade, competitividade e sustentabilidade, criando valor para toda a sociedade e contribuindo para a agenda de descarbonização do país”, afirmou.

A aliança entre Nestlé e Embrapa já dura cerca de três décadas. Em 2006, as instituições lançaram o Programa de Boas Práticas em Fazendas de Leite, que se tornou referência nacional e, até 2017, alcançou todas as propriedades parceiras da companhia.

Meta: 50% de matérias-primas de fontes regenerativas até 2030

O acordo recebeu aval do Nestlé Institute of Agricultural Sciences (NIAS), centro de pesquisa inaugurado na Suíça em 2023. A meta da empresa é garantir que 50% das principais matérias-primas utilizadas globalmente venham de práticas regenerativas até 2030.

Foto: Divulgação

“A parceria com a Embrapa conecta a ciência global da Nestlé à realidade brasileira, permitindo validação local e adaptação às condições tropicais”, concluiu Melchior.