Resumo da notícia
- A Embrapa lançou três inovações na COP30 para produção sustentável: Protocolo Carne Baixo Carbono, mandioca BRS Jacundá e mapas de risco climático, visando produtividade aliada à conservação ambiental.
- O Protocolo Carne Baixo Carbono certifica produtores que reduzem emissões na pecuária, com práticas como integração lavoura-pecuária e recuperação de áreas degradadas, fortalecendo a sustentabilidade da cadeia da carne.
- Mapas climáticos elaborados pela Embrapa indicam que até 2100 cerca de 97% do Brasil terá risco alto para cultivo de alface, alertando para os desafios da hortaliça mais consumida no país diante das mudanças climáticas.
- A mandioca BRS Jacundá, recomendada para o Amazonas, é resistente a pragas, adaptada ao ambiente local e aumenta a produtividade em mais de 30 mil quilos por hectare, fortalecendo a economia agrícola regional.
A Embrapa apresentou três inovações tecnológicas voltadas à produção sustentável de alimentos durante a COP30. As tecnologias foram lançadas na AgriZone, espaço dedicado à agricultura sustentável localizado próximo à Blue Zone.
Dessa forma, a empresa busca aliar produtividade agrícola com resiliência climática e conservação ambiental. Entre as novidades estão o Protocolo Carne Baixo Carbono, a mandioca BRS Jacundá e mapas de risco climático.
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Protocolo Carne Baixo Carbono certifica produção sustentável
A Embrapa desenvolveu o Protocolo Carne Baixo Carbono em parceria com a MBRF e a ONG Amigos da Terra. O protocolo reconhece produtores que adotam práticas para reduzir emissões de gases de efeito estufa na pecuária.
Além disso, o sistema estabelece critérios técnicos para monitorar propriedades rurais que aplicam intensificação sustentável. As práticas incluem integração lavoura-pecuária, pastagens de alto desempenho e recuperação de áreas degradadas.
Consequentemente, essas técnicas promovem maior captura de carbono no solo e reduzem o impacto climático da pecuária. O protocolo garante ao consumidor que a carne foi produzida segundo rigorosos critérios ambientais e auditáveis.
Portanto, a iniciativa representa um novo marco de sustentabilidade para a cadeia produtiva da carne bovina brasileira.
Mapas climáticos alertam para riscos na produção de alface
Pesquisadores da Embrapa Hortaliças elaboraram mapas de risco climático para orientar o cultivo de alface no Brasil. O estudo utilizou projeções do Inpe e modelos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
Entretanto, as projeções indicam cenários preocupantes para a hortaliça mais consumida pelos brasileiros até 2100. Mesmo no cenário otimista, cerca de 97% do território nacional apresentará risco climático alto ou muito alto.
Os mapas consideram dois cenários: um com controle parcial das emissões de gases e outro pessimista. No segundo cenário, as emissões continuariam crescendo sem controle até o fim do século.
Por outro lado, os mapas representam um avanço importante em inteligência climática aplicada às hortaliças no país. As informações estão disponíveis na plataforma Geoinfo da Embrapa para consulta pública.
Mandioca BRS Jacundá aumenta produtividade no Amazonas
A Embrapa recomenda a cultivar de mandioca BRS Jacundá especialmente para produtores do estado do Amazonas. A variedade está adaptada ao ambiente de terra firme e fortalece a cadeia produtiva regional.
Principalmente na região do Médio Solimões, a mandioca representa a base da economia agrícola local. A BRS Jacundá possui resistência a pragas e doenças, além de polpa amarela valorizada pela população.
Ademais, a cultivar oferece produtividade superior a 30 mil quilos por hectare em comparação à média estadual. Atualmente, a média do Amazonas é de 10.560 quilos por hectare, representando ganho próximo de 300%.
Assim, a nova variedade se destaca na produção de farinha de mesa e tucupi, produtos tradicionais da região. A tecnologia promete impulsionar significativamente a agricultura familiar e a economia local no estado.