Resumo da notícia
- O governo federal lançou o Plano Brasil Soberano para enfrentar a alta de até 50% nas tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros, com foco em fortalecer o setor produtivo, proteger trabalhadores e ampliar a diplomacia comercial.
- O plano destina R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações para crédito com juros reduzidos, amplia linhas de financiamento, prorroga suspensão de tributos e aumenta restituição de impostos via Reintegra até 2026.
- Medidas incluem prorrogação do drawback, diferimento de tributos, compras públicas facilitadas e modernização do sistema de garantia à exportação para aumentar competitividade e reduzir vulnerabilidade externa.
- A Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego monitora postos de trabalho e negociações coletivas, enquanto o governo busca diversificar mercados para diminuir dependência dos EUA e fortalecer a economia brasileira.
Resumo gerado pela redação.
O governo federal apresentou nesta quarta-feira (13) o Plano Brasil Soberano. A medida busca reduzir o impacto da elevação de até 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros anunciada pelos Estados Unidos no fim de julho.
A estratégia reúne ações em três frentes: fortalecimento do setor produtivo, proteção aos trabalhadores e diplomacia comercial. As medidas pretendem preservar empregos, incentivar investimentos estratégicos e garantir o desenvolvimento econômico do país.
O plano direciona R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações para crédito com juros menores. Também amplia linhas de financiamento, prorroga a suspensão de tributos e aumenta a restituição de impostos via Reintegra. Outra ação é facilitar a compra de alimentos por órgãos públicos.
Desde 14 de julho, o Comitê Interministerial de Negociações e Contramedidas Econômicas e Comerciais dialoga com empresas e entidades. O grupo, liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, realizou 39 reuniões com cerca de 400 representantes de setores como agro, manufatura, tecnologia, mineração, saúde, calçados e móveis.
Com o Plano Brasil Soberano, o governo quer reconstruir e modernizar o sistema de financiamento e seguro à exportação. A meta é ampliar a competitividade e reduzir a vulnerabilidade do país a medidas unilaterais.
Você também pode gostar:
+ Agro em Campo: Embarque de 111 bovinos da Raça Gir é realizado em Viracopos
+ Agro em Campo: Haddad admite mudanças nas regras do seguro-defeso
Principais medidas do Plano
Linhas de crédito
O FGE vai financiar crédito para empresas mais afetadas pelas sobretaxas, priorizando pequenos e médios exportadores. O acesso dependerá da manutenção dos empregos.
Prorrogação do drawback
As empresas terão mais um ano para comprovar exportações com insumos beneficiados pelo regime, sem multas ou juros.
Diferimento de tributos
A Receita Federal vai adiar o pagamento de impostos por dois meses para empresas atingidas pelo tarifaço.
Compras públicas
União, Estados e Municípios poderão comprar produtos afetados de forma simplificada, com base no preço médio de mercado.
Modernização da exportação
O plano amplia as regras de garantia à exportação e cria mecanismos de compartilhamento de risco entre governo e setor privado.
Fundos garantidores
Serão destinados R$ 4,5 bilhões adicionais a três fundos para ampliar o acesso ao crédito.
Novo Reintegra
A medida eleva em até 3 pontos percentuais a devolução de tributos para empresas prejudicadas, com validade até dezembro de 2026.
Proteção aos trabalhadores
A Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego vai monitorar postos de trabalho e fiscalizar acordos trabalhistas. Também promoverá negociações coletivas e aplicará medidas emergenciais para preservar empregos nas empresas afetadas.
Diplomacia comercial
O governo quer diversificar mercados para reduzir a dependência dos EUA. O Brasil já concluiu negociações com União Europeia e EFTA, avança com Emirados Árabes e Canadá, e mantém diálogos com Índia e Vietnã.