Resumo da notícia
- A Secretaria de Agricultura de São Paulo alerta para a presença do besouro invasor bicudo-vermelho-das-palmeiras, que ameaça palmeiras e culturas importantes como coco, palmito e dendê, com risco de expansão territorial no Brasil.
- O besouro foi detectado em São Paulo em 2022, provavelmente entrou pelo Rio Grande do Sul via palmeiras trazidas clandestinamente, e já foi identificado também no Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
- A praga compromete o crescimento das palmeiras ao alimentar-se do palmito, podendo levar à morte das plantas, exigindo ações coordenadas para controle, com o Instituto Biológico como centro nacional de monitoramento.
- Para conter a ameaça, há treinamentos técnicos para identificação da praga, protocolos de monitoramento e inspeções constantes em viveiros, seguindo diretrizes do MAPA para proteger a agricultura paulista e brasileira.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo alerta produtores sobre a presença no Brasil do besouro invasor Rhynchophorus ferrugineus, conhecido como bicudo-vermelho-das-palmeiras. Originária da África, essa praga quarentenária afeta palmeiras ornamentais e produtivas, colocando em risco culturas importantes como coco, palmito e dendê.
Em janeiro de 2022, o besouro foi detectado pela primeira vez em São Paulo, por uma equipe do Instituto Biológico liderada pelo pesquisador Dr. Francisco José Zorzenon. A confirmação da espécie aconteceu por meio de análises taxonômicas e moleculares. A praga provavelmente entrou no país pelo Rio Grande do Sul, vinda do Uruguai, junto a palmeiras trazidas clandestinamente. Desde então, casos surgiram no Rio Grande do Sul e Minas Gerais, indicando possível expansão territorial.
Impactos e riscos para a agricultura
As fêmeas do bicudo-vermelho perfuram as palmeiras para colocar ovos. As larvas se alimentam do palmito, comprometendo o crescimento das plantas e levando à morte. Experiências internacionais mostram que essa praga traz consequências graves. O Dr. Zorzenon destaca a importância de ações coordenadas e governamentais para controlar a ameaça.
- Dieta de alta energia aumenta em 21% a produção de embriões bovinos
- La Niña 2025: como fenômeno climático pode afetar a agricultura no Brasil
O Instituto Biológico atua como centro nacional de referência para monitorar o avanço da praga e mapear sua dispersão. Esse trabalho é fundamental para planejar estratégias eficazes de combate no futuro.
Ampliação da vigilância fitossanitária
Para reforçar a defesa, o Instituto Biológico e a Defesa Agropecuária preparam treinamento técnico para engenheiros agrônomos, técnicos e fiscais estaduais. O programa abordará:
- Como identificar a praga em todas as fases (ovo, larva, pupa e adulto);
- Reconhecimento dos sintomas da infestação em plantas;
- Protocolos de monitoramento, como uso de armadilhas com feromônios, inspeções visuais e amostragem em campo.
A Defesa Agropecuária mantém inspeções contínuas em viveiros e pontos de venda de mudas. O foco é detectar sinais da praga e verificar a documentação fitossanitária obrigatória, como o PTV, CFO e CFOC, prevenindo a disseminação.
As ações paulistas seguem as diretrizes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para garantir resposta rápida e coordenada contra organismos quarentenários. Alexandre Paloschi, chefe do Departamento de Defesa Sanitária Vegetal da Defesa Agropecuária, reforça que essa cooperação protege as cadeias produtivas e fortalece a competitividade da agricultura paulista e brasileira.