Resumo da notícia
- O engenheiro agrônomo Lucídio Morsch Goelzer desafiou o ceticismo e implantou a produção de azeite extravirgem de padrão internacional em clima subtropical, no Rio Grande do Sul, transformando a região em um polo de azeites premium.
- A Estância das Oliveiras cresceu como propriedade, turismo e centro gastronômico, combinando arquitetura histórica e tecnologia moderna para produção de azeite com alta qualidade e experiência única aos visitantes.
- A marca conquistou prêmios internacionais, incluindo o Mario Solinas Quality Award e o Anatolian International Olive Oil Contest, tornando-se o azeite mais premiado do Brasil e a quinta marca mais laureada do mundo.
- Além do reconhecimento, a Estância é referência em sustentabilidade e vida comunitária, promovendo eventos, práticas ecológicas e recebendo selo de Produtos Premium Origem e Qualidade RS em diversas safras.
A história começa com um ato de teimosia. Daqueles que parecem exagero no início — mas que, mais tarde, ali adiante, revelam visão. Foi assim com o engenheiro agrônomo Lucídio Morsch Goelzer, descendente de alemães, que decidiu apostar onde quase ninguém apostava: produzir azeite de oliva extravirgem de padrão internacional em pleno Rio Grande do Sul. Em Viamão. A apenas 28 quilômetros de Porto Alegre. No coração do clima subtropical. Difícil? Sim. Impossível? Ele jurava que não. Assim nasceu a história da premiada Estância das Oliveiras.
O projeto nasceu há pouco mais de uma década, meio silencioso, meio ousado. E, no começo, tudo parecia improvável. Lucídio importou oliveiras, testou variedades, perdeu noites. “Vai dar errado”, diziam. Não deu. Pelo contrário. Pouco a pouco, a propriedade virou laboratório, escola e vitrine.
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Transformou também o estado. Onde antes havia ceticismo, surgiu um polo. E, logo depois, surgiu outro. Um novo endereço de azeites premium no país.
A Estância das Oliveiras cresceu. Cresceu mesmo. E não cresceu só no campo. A fazenda virou um conjunto elegante, quase cinematográfico.
Um casarão histórico de 600 metros quadrados, assinado pelo arquiteto uruguaio Alberto Brizolara, domina a paisagem. É grande, imponente. Ali ao lado, quase colado, um lagar moderno extrai o azeite com precisão cirúrgica.
E, sob a sombra de uma figueira centenária, visitantes descansam, conversam, respiram o lugar. Assim, com o tempo, a estância virou turismo. Virou gastronomia. Virou experiência.

Potência em azeite brasileiro
Depois vieram os prêmios. E vieram rápido. De início, em 2024, o “Oscar dos azeites” — o Mario Solinas Quality Award — colocou o nome de Viamão no mapa mundial. Logo depois, no ano seguinte, a vitória no Anatolian International Olive Oil Contest, na Turquia, levou a Estância ao topo do Brasil e ainda arrancou um Best in Class. Um feito raro.
E, por fim, hoje o produtor é o azeite mais premiado do país e aparece como a quinta marca mais laureada do mundo. Sim, do mundo.
Mas a história não termina no brilho das medalhas. Pelo contrário. A Estância também virou referência em sustentabilidade e vida comunitária. Promove eventos, celebra a gastronomia gaúcha, estimula práticas ecológicas. A cada safra, atrai mais gente. E, em 2025, sete de seus azeites receberam o selo Produtos Premium Origem e Qualidade RS. Outro carimbo, por exemplo, importante.
No fim, o que fica é simples. A Estância das Oliveiras não é só uma fazenda. Nem só um caso de sucesso. É, acima de tudo, uma narrativa de insistência e excelência que redesenha o mapa do azeite brasileiro. E faz de Viamão, antes discreta, um destino obrigatório para quem quer entender o novo rosto do agro gaúcho.