Resumo da notícia
- A crise na pecuária argentina, agravada por seca severa e alta inflação, impulsionou as exportações brasileiras de carne bovina, que cresceram 43 vezes no primeiro semestre de 2025, atingindo um recorde histórico.
- A redução do rebanho argentino para menos de 50 milhões de cabeças e o aumento dos custos internos motivaram maior demanda por carne importada, especialmente a brasileira, valorizada por qualidade e preço competitivo.
- A carne brasileira tem sido amplamente usada em produtos processados na Argentina, contribuindo para a contenção dos preços locais e ganhando espaço em restaurantes tradicionais de Buenos Aires, que adaptam seus cardápios à nova realidade.
- O agronegócio brasileiro vê com otimismo o cenário, prevendo manutenção das importações elevadas e crescimento das exportações de outras proteínas, como carne suína e de frango, consolidando o mercado argentino como estratégico.
Resumo gerado pela redação.
A crise enfrentada pela pecuária argentina gerou um cenário sem precedentes de aumento nas exportações brasileiras de carne para o país vizinho. No primeiro semestre de 2025, o Brasil exportou cerca de 6.200 toneladas de carne bovina para a Argentina. Um volume quase 43 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano anterior, quando foram embarcadas apenas 144 toneladas. Portanto, um recorde histórico desde o início dos registros em 1997.
Esse crescimento expressivo está ligado a desafios estruturais na Argentina, incluindo uma severa seca que afetou significativamente o rebanho bovino. Assim, levando a uma redução estimada para menos de 50 milhões de cabeças em 2025. Isso segundo dados do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar argentino (Senasa) e análises do setor. A severidade da seca acelerou o abate e comprometeu a reposição do rebanho, enquanto a inflação na carne bovina local ultrapassou 50% apenas no primeiro semestre. Portanto, pressionando ainda mais o mercado argentino.
Além do impacto climático, mudanças econômicas e políticas no país vizinho elevaram os custos de produção interna. Com isso, estimularam a demanda por carne importada, principalmente a brasileira, que é valorizada pela combinação de qualidade e preço competitivo. Como resultado, a carne brasileira tem sido usada na fabricação de produtos como hambúrgueres e salsichas. Assim, ajudando a conter os preços finais para os consumidores argentinos.
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O reflexo dessa tendência já pode ser notado nos principais centros urbanos da Argentina, especialmente Buenos Aires, onde restaurantes tradicionais de parrilla estão incorporando cada vez mais a “parrilla brasileira” em seus cardápios. Essa mudança mostra a aceitação crescente da carne brasileira na cultura gastronômica local, evidenciando também uma adaptação dos estabelecimentos à nova realidade do mercado de carne.
A indústria brasileira, por sua vez, acompanha esse cenário com otimismo, enquanto os especialistas alertam para a continuidade dos desafios na pecuária argentina que devem manter o fluxo de importação elevado nos próximos anos. Paralelamente, o Brasil também tem registrado aumento nas exportações de outras proteínas ao país, como carne suína e de frango, reforçando o papel estratégico do mercado argentino para o agronegócio brasileiro.
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