As exportações de ovos do Brasil voaram alto no primeiro semestre de 2025. Com recordes de embarques e cifras que impressionam até os mais céticos, o setor empacotou confiança, qualidade e competitividade para o mundo inteiro — e levou no pacote uma cidade que põe, literalmente, a galinha na frente: Bastos (SP).
De janeiro a junho, o país enviou ao exterior 24.915 toneladas de ovos — um salto de 192,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Além disso, o faturamento acompanhou o ritmo e também cresceu: foram US$ 57,7 milhões, o que representa uma alta de 216,3%. Para completar, a cereja no topo veio em junho, com 6.558 toneladas exportadas — quase quatro vezes mais que no mesmo mês do ano anterior.
Estados Unidos lideram importações
E sabe pra onde foi tanto ovo? Estados Unidos, claro, liderando com folga: 15.202 toneladas e uma receita de US$ 33,1 milhões. México e Japão vieram logo atrás, seguidos por destinos mais improváveis como Serra Leoa e Angola. Até o Chile, que reduziu a demanda, continua no radar.
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, diz que o desempenho marca uma virada no setor. “Os embarques de ovos atingiram patamares históricos neste primeiro semestre, com forte ampliação da presença brasileira em mercados estratégicos como os Estados Unidos, México e Japão”, afirmou. Segundo ele, o avanço mostra o quanto o mundo reconhece “a qualidade, biossegurança e competitividade do produto brasileiro”.
Bastos transforma tradição em motor das exportações
Mas por trás desses números, há uma cidade que faz o milagre diário de transformar milho em proteína e rotina em potência. Bastos, no interior de São Paulo, ostenta o título de Capital do Ovo e não é à toa: são 22 milhões de unidades por dia, ou, para os mais apressados, cerca de 290 ovos por segundo. É o tipo de número que deixa até relógio tonto.
Com pouco mais de 20 mil habitantes, o município abriga 30 milhões de galinhas poedeiras e produz quase metade de todos os ovos do estado. E tudo começou lá atrás, nos anos 1930, quando imigrantes japoneses trouxeram mais que cultura e disciplina: trouxeram galinhas. E elas ficaram.
Festa do Ovo celebra produção
A cidade é também sede da tradicional Festa do Ovo, que neste ano será realizada de 27 a 31 de agosto. Durante o evento, produtores e compradores se encontram, negócios se fecham e, como resultado, o orgulho local transborda como gema quebrada em prato quente. Além disso, o concurso estadual, que premia a qualidade dos ovos, reforça o prestígio da cidade. No fim das contas, a festa celebra uma cadeia produtiva que emprega milhares, movimenta milhões e reafirma a vocação de Bastos para alimentar o Brasil e agora, o mundo.
Entre a galinha e o contêiner, Bastos mostra que, sim, o Brasil pode liderar até onde menos se espera. Afinal, quem diria que uma cidade tão pequena conseguiria alimentar o mundo inteiro, ovo por ovo?
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