Foto: divulgação - Agência Brasil/Vosmar Rosa

As exportações brasileiras de produtos atingidos pelo tarifaço americano caíram 22,4% em agosto frente ao mesmo mês de 2024. Já as vendas de itens sem sobretaxa recuaram 7,1%, segundo a Amcham Brasil.

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O Monitor de Comércio Brasil-EUA, elaborado pela Amcham, mostra os impactos da medida. O estudo usa dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). O órgão já havia apontado queda de 18,5% nas exportações para os Estados Unidos no mês.

Tarifaço derruba vendas brasileiras

A Amcham avalia que as sobretaxas impostas pelos EUA provocaram forte queda nas exportações brasileiras. Além disso, contribuíram para a desaceleração das importações. No caso dos produtos não taxados, a retração de 7,1% ocorreu principalmente pela menor demanda americana por petróleo e derivados.
Ou seja, o resultado de agosto foi a maior queda mensal de 2025. “O tarifaço influenciou as decisões empresariais”, afirmou a Amcham.

Comércio entre Brasil e EUA

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. De janeiro a agosto, o fluxo bilateral somou US$ 56,6 bilhões. As exportações brasileiras chegaram a US$ 26,6 bilhões, alta de 1,6% sobre 2024.
Apesar disso, o déficit comercial brasileiro em agosto alcançou US$ 1,2 bilhão, salto de 188% na comparação anual. No acumulado até agosto, o déficit soma US$ 3,4 bilhões.

Tarifaço

O governo de Donald Trump aplicou tarifas de até 50% sobre cerca de 35,9% das exportações brasileiras. A medida entrou em vigor em 6 de agosto. Cerca de 700 produtos ficaram de fora. Entre eles estão suco de laranja, combustíveis, fertilizantes, aeronaves, celulose e metais preciosos.

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Trump alegou déficit comercial dos EUA com o Brasil. No entanto, os números oficiais mostram o contrário. Além disso, ele também citou o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe.

Importações desaceleram

As importações brasileiras vindas dos Estados Unidos cresceram 4,6% em agosto. O ritmo, porém, foi inferior ao de julho (18,1%) e junho (18,8%).
Segundo a Amcham, a desaceleração atinge setores integrados à indústria americana, como o carvão mineral usado pela siderurgia brasileira. “As tarifas impactam o comércio intrafirma entre as duas maiores economias das Américas”, destacou o presidente da Amcham, Abrão Neto.