Resumo da notícia
- ,4% dos acionistas minoritários da BRF aprovaram a fusão com a Marfrig, avançando para a Assembleia Geral Extraordinária que definirá a incorporação integral da BRF pela Marfrig.
- A Comissão de Valores Mobiliários exigiu mais transparência, atrasando a votação para garantir clareza sobre a troca de ações e projeções financeiras da operação.
- A fusão criará a MBRF Global Foods, com receitas acima de R$ 150 bilhões e sinergias previstas superiores a R$ 800 milhões nos próximos anos, ampliando presença global.
- Previ, maior fundo de pensão do Brasil, vendeu sua participação na BRF por R$ 1,9 bilhão, citando riscos na relação de troca, enfraquecendo a oposição à fusão e buscando maior segurança para seus investidores.
Resumo gerado pela redação.
A proposta de fusão entre BRF e Marfrig foi aprovada por uma expressiva maioria dos acionistas minoritários da BRF. Com isso, abrindo caminho para a consolidação de uma das maiores companhias do agronegócio do Brasil. Segundo comunicado liberado no sábado (2), 71,4% dos minoritários votaram a favor do acordo, sem contar abstenções, movimento que antecede a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) agendada para esta terça-feira (5).
A votação já vinha sendo impactada por sucessivos adiamentos impostos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que cobrou mais transparência sobre os critérios de definição da troca de ações. A CVM identificou assimetrias nas informações e ausência de projeções financeiras detalhadas, o que gerou reclamações entre minoritários e fortaleceu a oposição ao modelo proposto inicialmente. A autarquia justificou os adiamentos como necessários para garantir equidade e clareza a todos os investidores.
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No cerne da operação, a BRF será incorporada integralmente pela Marfrig: a cada ação da BRF, o investidor receberá 0,8521 ação da Marfrig. Além disso, a transação prevê o cancelamento das ações em tesouraria e assegura o direito de retirada para acionistas que discordarem dos termos. Uma aprovação na AGE transformará a BRF numa subsidiária integral da Marfrig, criando uma plataforma global de alimentos e somando receitas de mais de R$ 150 bilhões anuais, com promessas de ganhos de escala e expansão internacional.
Panorama geral
A votação é considerada praticamente irreversível. Dos 10% de minoritários que não participaram da votação antecipada, apenas 1% se inscreveu para a assembleia. Enquanto a Marfrig, que já controla 58,87% do capital da BRF, se absterá do voto.
A polêmica mais marcante em torno do processo partiu da Previ, o maior fundo de pensão do Brasil. O fundo encerrou, em julho, uma relação de mais de 30 anos com a BRF. E vendeu todos os seus papéis por cerca de R$ 1,9 bilhão. A decisão foi baseada em análises técnicas e de risco. A Previ julgou que a relação de troca não refletia adequadamente o valor da BRF, potencializando riscos de perdas para minoritários caso a fusão se concretize. O valor obtido foi realocado em títulos públicos, reforçando a busca por segurança para seus associados. O movimento da Previ enfraqueceu a oposição interna e sinalizou preocupação sobre potenciais impactos negativos para investidores de longo prazo.
A operação ainda depende da aprovação dos acionistas das duas empresas e do cumprimento de condições adicionais, como a análise concorrencial do Cade e eventuais recursos de rivais, como a Minerva. Além disso, há expectativa de que a incorporação gere sinergias superiores a R$ 800 milhões nos próximos anos.
Destaques:
71,4% dos minoritários da BRF aprovaram a fusão com a Marfrig;
Operação pode criar a MBRF Global Foods, gigante de proteína animal;
Previ vendeu sua participação histórica alegando riscos para minoritários;
AGE que pode oficializar a fusão ocorre nesta terça-feira (5), em formato online.
A concretização da fusão representará um novo marco no setor agroindustrial brasileiro. Mas ainda traz desafios regulatórios e judiciais a serem superados antes do surgimento da nova companhia global.
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