Os fiscais do Ibama interceptaram 2,6 toneladas de pescado fresco no Aeroporto Internacional de Viracopos. A operação aconteceu em Campinas (SP) e impediu que duas cargas irregulares chegassem aos Estados Unidos.

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Todo o pescado apreendido ganhou um destino diferente do planejado pelos exportadores. Em vez de cruzar fronteiras ilegalmente, os peixes foram direto para o programa Sesc Mesa Brasil. Agora vão alimentar famílias em situação de vulnerabilidade.

A primeira remessa chamou atenção dos fiscais: 1.159,40 kg de peixe sem documentação adequada. A carga trazia 33,10 kg de cavala, 390 kg de guaiuba e 736,30 kg de dourado.

Dias depois, nova apreensão. Dessa vez, aproximadamente 1,5 tonelada tentava deixar o país. Os fiscais encontraram 42 kg de garoupa, 486,40 kg de badejo e 949 kg de guaiuba.

Peixes ameaçados estavam na carga

A situação ficou mais grave quando os especialistas identificaram as espécies. Entre os peixes apreendidos, garoupa e badejo aparecem na lista de animais ameaçados de extinção.

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A Portaria MMA nº 148/2022 classifica essas espécies como vulneráveis. O governo federal estabeleceu regras rígidas de captura justamente pra proteger esses animais. Cada peixe pescado ilegalmente compromete anos de esforço de conservação.

Foto: Ibama

Os fiscais identificaram várias irregularidades na documentação. As embarcações não tinham adesão ao PREPS, o sistema de rastreamento por satélite que é obrigatório desde 2018.

Mas não parou por aí. A pesca aconteceu fora dos limites autorizados para as embarcações. E a papelada do comércio exterior? Cheia de problemas.

“Essas práticas configuram infração à legislação ambiental”, explica o Ibama em nota oficial.

A operação em Viracopos mobilizou uma rede de especialistas. A equipe local do aeroporto trabalhou em conjunto com servidores das Superintendências do Ceará e da Paraíba.

Os especialistas do Nordeste analisaram remotamente toda documentação. Eles caracterizaram cada espécie e cruzaram informações sobre as embarcações. Trabalho minucioso que levou horas.

Da ilegalidade para a mesa de quem precisa

O pescado não podia esperar. Produto perecível exige decisão rápida. Os fiscais entregaram imediatamente as 2,6 toneladas ao Sesc Mesa Brasil.

O programa redistribui alimentos que seriam desperdiçados. Entidades sociais recebem as doações e levam comida pra quem mais precisa. Segurança alimentar na prática.

Foto: Ibama

O Ibama reforça que exportar pescado no Brasil não é simples. E não deveria ser mesmo. A legislação exige documentação completa, rastreabilidade total e respeito às normas ambientais.

“O controle rigoroso garante a conservação das espécies”, destaca o instituto. As regras também asseguram o cumprimento das normas sanitárias vigentes.

A fiscalização continua. Viracopos é rota importante de exportação e os olhos dos fiscais permanecem atentos. Cada operação irregular descoberta protege os oceanos e garante que a pesca sustentável seja a única opção viável.