Resumo da notícia
- O Maranhão lançou na COP-30 a primeira universidade em território indígena do Brasil, criada em diálogo com lideranças Guajajara, para transformar conhecimento ancestral em formação técnica, científica e cultural.
- O Programa de Agentes Ambientais Comunitários irá capacitar e remunerar 5 mil moradores indígenas, quilombolas e tradicionais para proteger biomas, recuperar nascentes e combater queimadas.
- O governo estadual investirá R$ 18 milhões em políticas integradas de meio ambiente, direitos humanos e educação, fortalecendo a participação das comunidades na preservação ambiental.
- As iniciativas reconhecem os povos tradicionais como protagonistas na defesa dos biomas, promovendo inclusão social e sustentabilidade por meio de diálogo e cooperação com as comunidades.
O Maranhão apresentou na Green Zone da COP-30 duas iniciativas que unem proteção ambiental e inclusão social: a criação do Programa de Agentes Ambientais Comunitários e o anúncio da primeira universidade em território indígena do Brasil. As medidas integram uma estratégia que reconhece os povos tradicionais como protagonistas na defesa dos biomas.
A Secretaria de Meio Ambiente (Sema) coordena o programa de agentes ambientais, que beneficiará 5 mil moradores de comunidades indígenas, quilombolas e tradicionais. Os participantes receberão bolsas mensais de R$ 300 e passarão por capacitações técnicas em preservação de biomas, recuperação de nascentes, reflorestamento e combate a queimadas.
“Queremos levar a agenda ambiental para dentro dos territórios, fortalecendo a presença do Estado e reconhecendo o papel das comunidades na proteção dos biomas. Esses agentes serão protagonistas de uma política ambiental participativa, com resultados concretos e permanentes”, afirma o secretário de Meio Ambiente, Pedro Chagas.
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Universidade nasce de diálogo com lideranças indígenas
O governador Carlos Brandão destaca que as iniciativas nasceram do diálogo direto com as comunidades. A universidade surgiu de uma proposta apresentada pela líder indígena Fabiana Guajajara e pelo Cacique Silvio.
“Esse sonho nasceu de uma conversa com a Fabiana e o Cacique Silvio, que apresentaram o projeto da Universidade em Território Indígena. Nosso governo ouve as pessoas — é assim que construímos políticas que fazem sentido na vida real. O programa de agentes garante renda a quem vive na floresta para preservar o meio ambiente e sustentar sua família. Transformamos proteção ambiental em dignidade e oportunidade”, declara Brandão.
A instituição será implantada no território Arariboia, seguindo a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que exige consulta livre, prévia e informada às comunidades. Lideranças do povo Guajajara idealizaram o projeto, que conta com apoio do governo estadual.
Conhecimento ancestral vira formação acadêmica
Fabiana Guajajara explica que a universidade nasce “do coração do território Arariboia” e tem como missão transformar o conhecimento ancestral em formação técnica, científica e cultural.
“Há mais de 20 anos nossos guardiões e viveiristas atuam voluntariamente na proteção e no reflorestamento. A universidade vem para potencializar esse trabalho, dando visibilidade à nossa diversidade e fortalecendo a autossustentabilidade dos povos indígenas”, afirma a líder.
Estado investe R$ 18 milhões em políticas integradas
O Maranhão destina R$ 18 milhões para implantar o programa de Agentes Ambientais Comunitários. O estado integra políticas de meio ambiente, direitos humanos e educação em programas como o Floresta Viva e o Maranhão Sem Queimadas.
O Floresta Viva recupera áreas degradadas com o plantio de juçara (açaí) em parceria com 16 multinacionais. Já o Maranhão Sem Queimadas conta com apoio do Fundo Amazônia.
“Mesmo com poucos recursos, o Maranhão mostra resultados concretos. Reconstruímos florestas, formamos agentes e valorizamos o conhecimento tradicional. Isso é governar com propósito e amor pelo território”, conclui o governador Carlos Brandão.