Eles trocam o poleiro e o chiqueiro pelo tapete da sala, o milho pelo carinho e, às vezes, até o latido pelo grunhido. Cada vez mais longe dos galinheiros e currais, o mini porco e galinha Serama se reinventam como animais de estimação inusitados e ganham espaço no coração, e no orçamento, de quem vive na cidade.
Galinha Serama: pequena no tamanho, gigante no carisma

Originária da Malásia, a Serama não passa de 15 cm de altura e pesa menos de meio quilo. Ou seja, cabe com folga na palma da mão. Para quem vê de longe, pode parecer um enfeite de porcelana. Mas basta um cacarejo sutil e um bater de asas cheio de charme para mostrar que o bichinho é de verdade.
A ave é fruto de um cruzamento entre a raça malaia Bantam e a japonesa Chabo. Seu nome vem de “Rama”, título real na Tailândia, uma escolha que faz jus à sua postura altiva e olhar nobre, mesmo em tamanho pocket.
Além de carismática, a Serama também é cara. Um exemplar pode custar de R$ 1.000 a R$ 3.500, dependendo da pureza genética. Já os ovos fecundados, há fila para eles, são vendidos por até R$ 3.000 a dúzia. Mas atenção: não vá fritar. Esses ovos são para quem sonha em montar seu próprio império de galinhas reais.
Mini porco como pet: inteligência, afeto e muita personalidade

Na onda dos pets exóticos, o mini porco também vem fazendo barulho — literalmente. Conhecido como mini pig, o animal vem sendo adotado por famílias que buscam um companheiro afetuoso, esperto e cheio de personalidade. E, cá entre nós, ele dá show.
Mesmo pequeno, o bicho exige respeito. Algumas raças, como a Göttinger ou a Kunekune, atingem de 25 kg a 60 kg na fase adulta. Ou seja, não cabe na bolsa, mas cabe no coração. Com barriga saliente, orelhas empinadas e um focinho sempre curioso, o mini porco encanta pela inteligência e pela lealdade.
Não espere economia: o preço de um filhote vai de R$ 1.500 a R$ 5.000, a depender da linhagem, da cor e dos mimos inclusos — vacina, castração, pedigree. Mas o maior custo é o comprometimento: precisam de espaço, rotina de passeios, alimentação equilibrada e visitas frequentes ao veterinário.
Há, no entanto, um obstáculo que nem o focinho fofo supera: a legislação. Em algumas cidades, a criação de suínos em área urbana é proibida, mesmo os mini. E muitos condomínios também impõem restrições. Por isso, antes de adotar, é bom checar as regras e preparar a vizinhança para o novo morador.
Um novo capítulo para os pets exóticos
No fim das contas, o fenômeno diz muito sobre os novos tempos. Num mundo cada vez mais urbano e digital, cresce o desejo por vínculos afetivos reais, por animais que ofereçam companhia, afeto e uma pitada de excentricidade. E é assim que porquinhos e galinhas trocam o barro pelo asfalto — e viram celebridades de apartamento.
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