O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tenta reduzir os impactos do tarifaço dos Estados Unidos, que começa em 1º de agosto. O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, afirmou que o governo negocia alternativas e novos mercados para escoar produtos. Ele participou, nesta segunda-feira (28), da reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), na sede da Fiesp, em São Paulo. Rua admitiu que negociar com o governo Trump é difícil. Café, suco de laranja e carne bovina devem ser os setores mais atingidos.

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Segundo ele, a união do setor produtivo com o poder público é essencial neste momento. “Estamos abertos a sugestões para reordenar rotas e manter soluções favoráveis”, disse. Rua destacou avanços nas exportações. “Desde 2023, abrimos 397 novos mercados e conseguimos 200 ampliações”, afirmou. Hoje, um terço das exportações do agro vai para os Estados Unidos.

Plano Safra é “possível”, diz governo

No encontro, o secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos, comentou o Plano Safra 2025/26. Ele afirmou que o programa é o “possível”, não o ideal, diante da Selic a 15% ao ano.

“Plano Safra com Selic em 15% é surreal. Os recursos do Tesouro são limitados”, disse. O pacote anunciado soma R$ 516,2 bilhões, com juros entre 8,5% e 14% ao ano.

Do total, R$ 415 bilhões vão para custeio e comercialização. Os investimentos receberão R$ 101 bilhões. Campos explicou que a alta da Selic pressionou os juros e exigiu priorização.

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Ele ressaltou que a subvenção do Tesouro subiu de R$ 92 bilhões para R$ 113 bilhões, alta superior a 20%. “Esse aumento mostra esforço público para garantir crédito acessível”, afirmou.

Seguro rural volta ao debate

Empresários cobraram solução para o seguro rural. O ex-ministro Roberto Rodrigues alertou para a urgência de políticas robustas. “O seguro é preocupação permanente”, disse.

Campos adiantou que estuda um novo modelo integrado ao Proagro. A proposta deve ser apresentada ainda em 2025.

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