O governo do Paraná apresentou ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) uma proposta para o Plano Safra 2025/26, com a sugestão de liberar R$ 597,1 bilhões para atender às necessidades de crédito, investimentos e garantia dos produtores. O valor é superior aos R$ 475,5 bilhões liberados pelo governo federal para a safra que se encerra em junho deste ano.

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A proposta paranaense, que já se tornou uma tradição anual, sugere a seguinte distribuição dos recursos:

  • Créditos de Custeio e Comercialização: R$ 417 bilhões
  • Investimentos: R$ 180,1 bilhões

Dentro dessa divisão, os recursos seriam distribuídos da seguinte forma:

  • Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf): R$ 90 bilhões
  • Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp): R$ 86 bilhões
  • Demais Agricultores: R$ 421 bilhões

O documento foi assinado pelos representantes dos principais órgãos e entidades do agronegócio paranaense: Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), Federação da Agricultura (Faep), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) e Sistema Ocepar.

Desafios e prioridades

O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, destacou que a proposta considera os desafios enfrentados pelos produtores, como as variações climáticas e a volatilidade de preços. “Os valores apresentados e as sugestões de como aplicá-los para dar mais tranquilidade para o produtor fazer o que sabe, que é produzir alimento, estão dentro da realidade vivida no campo”, afirmou.

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O documento enviado ao governo federal destaca a necessidade de:

  • Elevar o montante de recursos para custeio, comercialização e investimento.
  • Recompor o orçamento para subvenção ao prêmio de seguro rural.
  • Promover o reequilíbrio do teto de renda bruta da agricultura familiar.
  • Analisar as taxas de juros, considerando o cenário econômico nacional.

Custeio e comercialização

A proposta sugere a disponibilização de R$ 417 bilhões para custeio e comercialização, com os seguintes limites de contratação e taxas de juros:

  • Pronaf: R$ 400 mil, com juros de 0,5% a 5,5% ao ano
  • Pronamp: R$ 2 milhões, com juros de 7% ao ano
  • Demais Produtores: R$ 4 milhões, com juros de 11% ao ano

Além disso, é proposta uma linha especial para produtores de leite, visando a retenção de matrizes e a aquisição de alimentos para o rebanho.

Investimento

Para investimento, a proposta contempla a aplicação de R$ 180,1 bilhões, priorizando programas como:

  • Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA): R$ 11,5 bilhões
  • Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga): R$ 3 bilhões
  • Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro): R$ 4,5 bilhões
  • Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro): R$ 10 bilhões

A proposta sugere taxas de juros pré-fixadas e menores para esses programas, além de prazos de reembolso mais longos.

Para mitigar os impactos de condições climáticas adversas, pragas e oscilações de mercado, a proposta inclui a liberação de R$ 4 bilhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

Agricultura Familiar

Para os agricultores familiares, a proposta sugere:

  • Aumento do volume de recursos para custeio e comercialização de R$ 41 bilhões para R$ 45 bilhões.
  • Aumento do volume de recursos para investimento de R$ 35 bilhões para R$ 45 bilhões.
  • Financiamento de até R$ 400 mil, com prazo de dez anos para reembolso e dois anos de carência.
  • Aumento de R$ 500 mil para R$ 750 mil na renda bruta de enquadramento.
  • Simplificação dos procedimentos para acesso ao Programa de Garantia de Preços para Agricultura Familiar (PGPAF).

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