Resumo da notícia
- Em agosto, a carne bovina teve queda de 0,43% nos preços, mas nos últimos 12 meses acumulou inflação de 22,17%, mantendo o custo alto para o consumidor apesar do alívio momentâneo.
- A alta dos preços deve retornar em breve devido ao forte ritmo das exportações e à redução do abate de bois na entressafra, resultando em oferta mais limitada e carne mais cara nas prateleiras.
- Os cortes mais populares, como acém, peito e músculo, lideram a alta, com aumentos acima de 24%, impactando diretamente o consumo diário das famílias brasileiras.
- Cortes nobres também ficaram mais caros, com contrafilé e filé-mignon subindo cerca de 19% a 21%, enquanto a picanha teve aumento mais moderado de 12,1%, e o fígado, opção econômica, subiu 15,6%.
O brasileiro até comemorou em agosto: a carne bovina ficou 0,43% mais barata, segundo o IBGE. Foi mais um capítulo da sequência de pequenas quedas mensais que começou no primeiro semestre. O problema é que esse refresco é quase simbólico. Nos últimos 12 meses, o alimento ainda acumulou uma inflação de 22,17%, lembrando que o alívio no açougue é curto e a conta continua pesada.
Porém, a trégua na alta dos preços tem prazo de validade. Dois fatores devem pressionar novamente a alta nos próximos meses: o ritmo forte das exportações e a expectativa de menor abate de bois até o fim da entressafra. Em outras palavras, o cenário é de oferta mais apertada e carne desaparecendo das gôndolas na mesma velocidade em que some do prato do consumidor.
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Cortes populares puxam a alta
O que mais chama atenção, portanto, é que os cortes do dia a dia foram justamente os que mais encareceram. O acém, por exemplo, lidera o ranking, com alta de 29,1% em 12 meses. Logo em seguida aparecem o peito (27,4%) e o músculo (24,6%). Já a paleta, bastante usada em cozidos, também disparou, registrando aumento de 24%.
Na sequência, aparecem ainda a costela (23,6%), a alcatra (23,5%) e o lagarto comum (23%). O patinho, que continua sendo favorito em receitas caseiras, subiu 22,1%. Além disso, até cortes tradicionalmente mais nobres entraram na lista: o contrafilé e a capa de filé avançaram 21,4%, enquanto o filé-mignon, símbolo de requinte e prestígio, ficou 19,1% mais caro.
Por outro lado, a picanha, estrela dos churrascos de domingo, apresentou um desempenho diferente: subiu “apenas” 12,1%. Já o fígado, alternativa tradicional de economia para muitas famílias, teve inflação de 15,6%.