Resumo da notícia
- A pesca na Lagoa de Araruama movimentou R$ 3,9 milhões no primeiro semestre de 2025, com 258.559 kg de pescado vendidos na primeira venda, liderados por São Pedro da Aldeia com 56% do total.
- Pesquisas da UVA entre 2022 e 2024 mostram que a maioria dos pescadores tem entre 36 e 50 anos, evidenciando o desafio da sucessão devido à baixa entrada de jovens na atividade.
- A cadeia produtiva da pesca gera 513 empregos diretos e cerca de 2.052 indiretos em setores como culinária, transporte e comércio, indicando que cada emprego direto sustenta quatro empregos adicionais.
- A renda dos pescadores varia, com 66% ganhando menos que três salários mínimos e apenas 11% acima de cinco salários, influenciada por fatores locais como organização comunitária e políticas de apoio.
Resumo gerado pela redação.
A pesca na Lagoa de Araruama movimentou cerca de R$ 3,9 milhões na economia local de janeiro a junho de 2025. O dado considera apenas a primeira venda do pescado, realizada diretamente pelos pescadores. A informação vem do Programa da Estatística Pesqueira da Lagoa de Araruama, ação da Universidade Veiga de Almeida (UVA) em parceria com a Prolagos, que monitora o setor desde 2022.
No primeiro semestre, os pescadores capturaram 258.559 quilos de peixes e camarões, com preço médio de R$ 15 por quilo na primeira venda. São Pedro da Aldeia lidera a produção regional, com 145.963 quilos, equivalente a 56% do total. Cabo Frio, Arraial do Cabo e Iguaba Grande aparecem em seguida, com volumes de 56.150 kg, 32.660 kg e 23.786 kg, respectivamente.
Entre 2022 e 2024, pesquisadores da UVA entrevistaram 197 pescadores para traçar o perfil socioeconômico da categoria. A maioria tem entre 36 e 50 anos. Segundo Eduardo Pimenta, coordenador do projeto, a ausência de jovens no setor representa um alerta para a sucessão na atividade. Ele destaca que fatores econômicos e sociais levam os jovens a buscar outras oportunidades fora da pesca.
Método
Para coletar os dados, o grupo usa o método censitário baseado nos Mapas de Bordo, ou seja, os agentes de campo registram as informações oficiais da pesca.
O estudo também estimou o impacto da cadeia produtiva da pesca na geração de empregos. A pesca lagunar direta emprega 513 pessoas, enquanto setores relacionados, como culinária, transporte, construção naval e comércio de insumos, sustentam outros 2.052 empregos indiretos. Em outras palavras, cada trabalho direto gera cerca de quatro empregos adicionais na região.
Quanto à renda, 66% dos pescadores declararam ganhar menos que três salários mínimos. Outros 23% recebem entre três e cinco salários, e apenas 11% declararam rendas acima disso. Porém, Pimenta ressalta que a renda varia conforme o município, influenciada pela organização comunitária, oferta de empregos sazonais e políticas locais de apoio à pesca.
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