Medida tem validade de 180 dias e mobiliza ações emergenciais do Governo para enfrentar estiagem, com obras, distribuição de água e programas sustentáveis até 2026
Foto: Geirlys Silva/Secom PI

Governo do Piauí decretou situação de emergência em 119 municípios afetados pela seca prolongada. Publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (30), a medida tem validade de 180 dias. E permite a mobilização rápida de órgãos estaduais para ações emergenciais em apoio às populações mais impactadas pela estiagem.

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O decreto leva em consideração o agravamento do fenômeno climático, que atinge praticamente todo o território piauiense. O primeiro episódio de seca extrema foi registrado em julho de 2025 com expansão para outras regiões em agosto. A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) projeta chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas até novembro, reduzindo a recarga dos reservatórios e agravando a crise hídrica.

A falta de chuvas causou exaustão dos poços artesianos, especialmente em solos cristalinos, comprometendo o abastecimento de água para consumo humano até em áreas urbanas. A estiagem também traz prejuízos significativos para a agropecuária, com prejuízo ao rebanho e à produção agrícola.

Integrando o Sistema de Proteção e Defesa Civil, a secretaria estadual de Defesa Civil acionou órgãos para distribuição emergencial de água potável, cestas básicas, insumos agrícolas e apoio logístico nos municípios afetados. O prazo para os municípios solicitarem o reconhecimento federal da emergência é de 10 dias, condição que abre acesso a diversos benefícios federais, como perfuração de poços e auxílio alimentar.

Investimentos

O combate à seca conta ainda com investimentos superiores a R$ 500 milhões desde 2023. Isso incluindo recursos do Governo estadual e da concessionária Águas do Piauí. Esses valores financiam a Operação Água e Vida, que inclui perfuração e revitalização de poços, instalação de dessalinizadores, entrega de cisternas, caminhões-pipa, revitalização de reservatórios e estações de tratamento, além de programas de assistência alimentar.

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Agricultor Marcos Felipe Viana, de Floriano, perdeu quase tudo que plantou. Foto: Geirlys Silva /SAF

Para 2026, o Governo prevê a construção de mais de 9 mil cisternas, implantação de quintais produtivos, barragens subterrâneas, sistemas de reúso e poços tubulares. Além da instalação de 29 sistemas simplificados de abastecimento e demais obras para fortalecer a segurança hídrica nos municípios. O investimento previsto é de cerca de R$ 7 milhões, com foco também em capacitação para produção de alimentos e irrigação por gotejamento.

Essas ações buscam mitigar os impactos da seca e garantir a segurança hídrica e alimentar no semiárido piauiense. E promover resiliência das comunidades diante das mudanças climáticas.