Ministério da Agricultura institui medidas rigorosas para monitorar e evitar a entrada da Cydia pomonella no Brasil
Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) instituiu oficialmente o Plano Nacional de Prevenção e Vigilância de Cydia pomonella, praga conhecida como traça-da-maçã. Isso conforme Portaria SDA/Mapa nº 1.369/25 publicada no Diário Oficial da União (DOU). A iniciativa visa reforçar o monitoramento e a vigilância fitossanitária para manter o Brasil livre dessa ameaça desde 2014, segundo reconhecimento internacional.

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A Cydia pomonella representa uma das principais ameaças à produção de maçã e pera. E pode gerar prejuízos econômicos graves caso seja detectada no país. Para impedir sua entrada, o Mapa, em parceria com órgãos estaduais de defesa vegetal, intensifica o monitoramento nos pontos de acesso e áreas produtoras.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) já instalou mais de 100 armadilhas para rastrear a presença da praga em municípios estratégicos como Vacaria, Caxias do Sul, Bom Jesus, Arvorezinha e Anta Gorda.

Ricardo Felicetti, diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Seapi, ressalta a relevância da cooperação entre produtores, setor público e privados no combate à traça: “A erradicação da Cydia pomonella foi um exemplo mundial de sucesso. Esse controle fitossanitário fortaleceu a exportação brasileira de maçã e pera.”

Diretrizes

O Plano Nacional de Prevenção estabelece diretrizes importantes. Entre elas a instalação e monitoramento contínuo de armadilhas com feromônio em regiões de risco. E também a fiscalização rigorosa em pontos de ingresso de produtos vegetais e ações educativas para prevenção. Além de formação técnica para agentes de defesa agropecuária e protocolos emergenciais para contenção e erradicação da praga caso detectada.

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A traça-da-maçã, uma mariposa originária da Europa, é considerada uma praga quarentenária ausente no Brasil. Mas já está presente em países vizinhos como Chile, Argentina e Uruguai. No Brasil, as regiões da Serra Gaúcha, Planalto de Santa Catarina e Sul do Paraná concentram a maior parte da produção nacional de maçã e pera, culturas mais vulneráveis à praga.

Além dos danos diretos causados pelas lagartas, que perfuram os frutos e comprometem a qualidade, a introdução da Cydia pomonella poderia provocar restrições às exportações brasileiras, afetando a competitividade do setor no mercado internacional.