Brasileiro aumenta consumo de peixe em 8,2% após carne bovina subir 25%
Foto: Divulgação Scanntech

Dados da Scanntech, empresa de inteligência de dados, mostram que preço dos peixes subiu apenas 2,1%, enquanto carne bovina teve alta de quase 25%. Resultado? O consumidor brasileiro está trocando o churrasco pelo pescado.

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O carrinho de compras do brasileiro mudou bastante em 2025. E não é pra menos. Com o preço da carne bovina nas alturas, muita gente precisou repensar o cardápio da semana. A solução? Investir mais em peixes.

Um estudo recente da Scanntech, empresa líder em inteligência de dados para varejo e indústria, revelou que o consumo de pescados cresceu 8,2% entre janeiro e setembro deste ano. O movimento acontece num momento onde as proteínas tradicionais pesaram , e muito, no bolso.

Enquanto a carne bovina disparou quase 25% no período, os peixes subiram apenas 2,1%. A carne suína também não ajudou, com alta de 21,2%. Resultado? As famílias brasileiras começaram a buscar alternativas mais acessíveis na hora de montar a “mistura” do dia a dia.

Fora da quaresma, peixe vira opção o ano todo

Todo mundo sabe que peixe costuma vender mais na Páscoa e Quaresma, né? Mas em 2025 a história foi diferente. Os meses de janeiro, julho e agosto, justamente quando os preços dos pescados ficaram mais estáveis, registraram as maiores altas de consumo comparado ao mesmo periodo de 2024.

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“O consumidor tem revisto suas escolhas pra adequar o orçamento”, explica Priscila Ariani, Diretora de Marketing da Scanntech. “A alta da carne bovina levou os brasileiros a buscar alternativas, ampliando o consumo de peixes com melhor custo-benefício. Esse cenário deve continuar devido à oscilação dos preços das proteínas.”

Tilápia: a grande estrela do momento

Se tem uma espécie que roubou a cena em 2025, essa espécie é a tilápia. O peixe teve crescimento impressionante de 32,9% no volume de vendas. O segredo? O preço caiu 8,4% no período, tornando a tilápia a escolha perfeita pra quem quer economizar sem abrir mão da proteína.

A Scanntech identificou diferenças importantes entre as regiões do país. A tilápia dominou as vendas em praticamente todo Brasil, só ficou de fora do pódio no Norte. As regiões Centro-Oeste e Norte foram as que viram a maior queda no preço por quilo, e consequentemente registraram os melhores resultados em volume.

O que aconteceu com os outros peixes?

Cada espécie teve seu próprio comportamento no mercado brasileiro:

  • Salmão perdeu espaço. Enquanto outros peixes ganhavam terreno, o salmão apresentou queda de consumo em todas as regiões do país. O preço mais salgado pode ter afastado os consumidores.
  • Merluza cresceu em regiões estratégicas. O peixe apresentou aumento de vendas no Interior de São Paulo, Nordeste e região Leste (Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro) — áreas onde a espécie já tinha participação expressiva.
  • Pescada aumentou 42,5% no Brasil. A espécie se destacou com crescimento robusto em praticamente todo país. Só não emplacou no Centro-Oeste, onde o preço médio mais elevado limitou as vendas.
  • Sardinha em queda, mesmo sendo a mais barata. Apesar de ter o menor preço por quilo, a sardinha registrou recuo na maioria das regiões. As exceções foram São Paulo, Nordeste e Centro-Oeste, onde o produto manteve relevância.

O que esperar daqui pra frente?

Com a inflação das proteínas tradicionais ainda pressionando o orçamento familiar, especialistas acreditam que o consumo de pescados deve continuar em alta. A tilápia, especialmente, consolidou seu espaço como alternativa viável e acessível no dia a dia do brasileiro.

Pra quem trabalha com varejo ou indústria de alimentos, fica o alerta: o consumidor brasileiro está mais atento aos preços e disposto a mudar hábitos quando necessário. E os peixes vieram pra ficar, não só na Páscoa, mas no cardápio do ano inteiro.