Resumo da notícia
- A safra de batata de 2025 enfrenta preços historicamente baixos devido ao excesso de oferta, apesar da produtividade recorde que reduz custos e minimiza prejuízos dos produtores.
- A média de preços entre janeiro e outubro de 2025 é a quarta menor da série histórica do Cepea, superando apenas os valores de 2011, 2017 e 2018, em termos deflacionados.
- A produtividade da batata mantém alta desde 2010, impulsionada por avanços tecnológicos e clima favorável, o que contribui para uma safra maior mesmo após a quebra registrada em 2024.
- Pesquisadores alertam que a alta eficiência produtiva, sem canais industriais para escoamento e falta de diversificação comercial, cria desafios para a sustentabilidade do setor a longo prazo.
A safra de batata de 2025 registra preços historicamente baixos. O excesso de oferta pressiona o mercado desde o início do ano. Mesmo assim, a produtividade recorde no campo reduz o custo unitário de produção e ameniza os prejuízos dos produtores.
O “Especial Batata” da revista Hortifruti Brasil, do Cepea da Esalq/USP, detalha esse contraste. De um lado, os preços desabam. De outro, os produtores mostram capacidade técnica e gestão eficiente. Essa combinação amortece perdas que poderiam ser maiores.
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A média de preços entre janeiro e outubro de 2025 é a quarta menor da série histórica do Cepea. Os dados são deflacionados pelo IGP-DI e mostram valores superiores apenas aos registrados em 2011, 2017 e 2018.
Em sentido oposto, a produtividade mantém tendência de alta desde 2010. Esse avanço reflete melhorias tecnológicas e de manejo. Apesar da quebra registrada em 2024, a safra de 2025 supera patamares anteriores, impulsionada pelo clima favorável e pela maior oferta de sementes.
Risco
Pesquisadores do Hortifruti Cepea alertam para um risco crescente. Quando todos produzem com alta eficiência, o setor enfrenta desafios coletivos. A ausência da indústria como canal adicional de escoamento agrava o problema. O mercado evidencia limitações de coordenação e diversificação comercial.
A lição de 2025 é nítida. A produtividade funciona como escudo inicial contra crises. No entanto, ela não resolve todos os desequilíbrios. O setor precisará equilibrar eficiência produtiva, gestão de risco e inteligência de mercado. Apenas assim a alta produtividade garantirá sustentabilidade e não estimulará novos excessos.