Um vídeo gravado pelo guia Fagner Almeida mostra uma cena que parece saída de um documentário: uma sucuri-amarela gigante deslizando calmamente por um pasto alagado no coração do Pantanal, na região de Miranda (MS). O réptil, que segundo o guia mede cerca de 3,5 metros de comprimento, se movimentava em direção a uma área com mais água, como quem procura o palco perfeito para seu espetáculo solitário.
Fagner, que trabalha como guia na Pousada Caiman, não escondeu a surpresa com o encontro. O refúgio, com 53 mil hectares preservados, recebe turistas e pesquisadores que buscam conhecer e conservar a fauna e a cultura pantaneira. “É o tipo de privilégio que a gente nunca esquece”, resumiu o guia.
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Rainha silenciosa das águas
A sucuri-amarela (Eunectes notaeus) é uma das maiores serpentes do continente, rivalizando em tamanho com sua parente, a sucuri-verde. Apesar da fama de assustadora, raramente ataca humanos. Prefere águas calmas, onde passa horas camuflada, à espera de presas como capivaras, aves e até jacarés. Seu método de caça dispensa veneno: envolve a vítima com a força do corpo e só solta depois que a luta termina.
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Embora pareça lenta em terra firme, dentro da água é ágil e precisa, movendo-se como uma sombra líquida. Não por acaso, o Pantanal é considerado um dos melhores lugares do mundo para observar sucuris em liberdade.
Um encontro raro e simbólico
O flagrante da sucuri-amarela registrado por Fagner é mais do que uma curiosidade turística. Afinal, representa a força de um bioma que ainda resiste às pressões do desmatamento, das queimadas e da expansão agropecuária. Além disso, a cada aparição, a sucuri lembra que ainda há vida pulsando nos meandros alagados do Pantanal. Por isso, mesmo que pareça silenciosa, sua presença se transforma em um grito eloquente da natureza.