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    Rapadura volta com força total e movimenta economia rural

    Doce tradicional brasileiro ganha espaço no mercado e garante sustento digno para cooperativas
    Henrique RodartePor Henrique Rodarte27/07/2025
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    Resumo da notícia

    • A rapadura, tradição açucareira brasileira desde o século XVI, mantém seu processo artesanal milenar, especialmente no Nordeste, onde pequenos engenhos familiares produzem milhões de unidades anualmente.
    • O Nordeste, liderado por Ceará, Pernambuco, Paraíba e Piauí, é o maior produtor nacional, abastecendo mercado interno e exportações, e preserva a rapadura como símbolo cultural e resistência da agricultura familiar.
    • Rica em ferro, cálcio e potássio, a rapadura é consumida como fonte natural de energia por atletas e trabalhadores rurais, destacando seus benefícios nutricionais além do valor econômico e cultural.
    • No Piauí, a Secretaria da Agricultura Familiar ampliou a comercialização da rapadura em supermercados, aumentando a renda de pequenos produtores e integrando a produção artesanal ao mercado varejista moderno.

    Resumo gerado pela redação.

    A rapadura representa uma das mais antigas tradições açucareiras do Brasil. Este doce sólido chegou ao país no século XVI, trazido pelos colonizadores portugueses que adaptaram técnicas de processamento da cana-de-açúcar às condições tropicais brasileiras.

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    Inicialmente concentrada nos engenhos nordestinos, a produção de rapadura se espalhou por diversas regiões do país. O processo artesanal permanece praticamente inalterado há séculos: agricultores colhem a cana-de-açúcar, extraem o caldo através da moagem, cozinham o líquido em tachos de cobre e moldam a massa açucarada em formas retangulares.

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    O Nordeste brasileiro concentra a maior produção nacional de rapadura. Estados como Ceará, Pernambuco, Paraíba e Piauí mantêm essa tradição viva através de pequenos engenhos familiares. A região produz anualmente milhões de unidades do doce, que alimenta tanto o mercado interno quanto exportações para países vizinhos.

    Além do valor econômico, a rapadura carrega significado cultural profundo. O doce integra festivais juninos, serve como ingrediente em receitas regionais e representa a resistência da agricultura familiar brasileira. Muitas famílias passam técnicas de produção de geração em geração, preservando saberes ancestrais.

    Os benefícios nutricionais da rapadura também merecem destaque. Rica em ferro, cálcio e potássio, ela oferece energia de absorção rápida. Atletas e trabalhadores rurais consomem o doce como fonte natural de carboidratos e minerais essenciais.

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    Cooperativas e associações de produtores têm modernizado a comercialização sem perder a essência artesanal. Selos de qualidade, embalagens adequadas e parcerias com grandes redes varejistas ampliam o alcance do produto. Essa evolução garante melhores preços aos produtores e leva a rapadura a consumidores urbanos.

    Piauí lidera expansão da rapadura nos supermercados

    Famílias produtoras de rapadura no Piauí experimentam crescimento significativo na renda após a Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) viabilizar a entrada do produto em supermercados. A atividade centenária conquista novos espaços comerciais e garante sustento digno para os agricultores.

    O doce típico ganha destaque através da produção de agricultores familiares. Produtores do município de Boa Hora observam aumento substancial na procura desde que começaram a comercializar em grandes redes. A SAF tornou possível essa expansão comercial.

    Em junho, a cooperativa local enviou cerca de 18 fardos de rapadura aos supermercados. Cada fardo contém 50 unidades do doce, totalizando 900 rapaduras com alto valor agregado. Esta iniciativa quebra barreiras entre o agricultor familiar e o mercado consumidor.

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    José Carlos, da CoopBoaHora. Foto: Geirlys Silva / SAF

    José Carlos Mourão trabalha na Cooperativa de Rapadura de Boa Hora (CoopBoaHora) e explica todo o processo produtivo. Segundo ele, o trabalho exige esforço constante, desde o plantio até a produção nos engenhos tradicionais.

    “A cana-de-açúcar em Boa Hora cresce em brejo e demora cerca de um ano para produzir rapadura”, conta Mourão. O trabalho no engenho começa de madrugada e segue até às 17 horas. Os produtores colhem a cana, moem no motor, cozinham em tachos na fornalha e adicionam extrato de mutamba para limpar o caldo. Depois cozinham até atingir o ponto ideal, moldam nas formas e embalam o produto final.

    Tradição centenária

    Leila Pereira preside a CoopBoaHora e destaca o apoio através do selo verificado nas embalagens. A secretaria também facilita vendas em supermercados e oferece assistência técnica diversificada. Ela ressalta que a produção é centenária, embora a cooperativa tenha apenas seis anos.

    “Nossos antepassados trabalham há mais de 100 anos”, afirma Leila. “Nos sentimos valorizados quando nosso produto de qualidade chega à população. A agricultura familiar se torna mais prazerosa quando somos reconhecidos e sustentamos nossa família com dignidade.”

    Fervedura do caldo da cana é uma das etapas da produção de rapadura. Foto: Geirlys Silva / SAF

    O engenheiro agrônomo Bruno Costa, da SAF, explica que a comercialização ocorre através do convênio com supermercados. O programa Quitanda da Agricultura Familiar serve como alternativa para superar entraves comerciais dos agricultores.

    “A CoopBoaHora integra nosso convênio entre SAF e supermercados através da Quitanda”, detalha Costa. “Este convênio faz a ponte entre agricultor e grandes comércios, que ainda apresentam entraves para vendas diretas. A cooperativa oferece produtos mensalmente para revenda com valor agregado, valorizando o produto regional.”

    Segundo o engenheiro agrônomo, produzir é difícil e vender ainda mais trabalhoso. Agricultores enfrentam complicações para introduzir produtos em grandes centros comerciais.

    Fatores como localização, transporte, embalagem e volume de produção dificultam o acesso ao mercado. A atividade mantém caráter artesanal, com cana-de-açúcar plantada e colhida pelos próprios produtores. A produção rudimentar passa de geração em geração, preservando técnicas centenárias.

    Uma doce herança que veio de longe

    A rapadura tem uma história que muitos desconhecem: ela não foi criada no Brasil. Sua origem remonta às Ilhas Canárias, arquipélago espanhol, no século XVI. No século seguinte, foi levada para as Américas, onde se popularizou.

    A rapadura surgiu como um aproveitamento inteligente das sobras do processo de fabricação do açúcar. Eram as raspas de açúcar que grudavam nas paredes dos tachos, aquecidas e depois prensadas em formas de tijolos. Essa solução prática permitia o transporte de um alimento nutritivo e resistente às variações climáticas, durando meses sem estragar.

    No Brasil, a rapadura chegou em 1532, inicialmente como alimento para escravos devido ao seu alto valor nutritivo. Só mais tarde passou a ser produzida comercialmente, nos primeiros engenhos de cana-de-açúcar, que funcionavam com moendas de madeira movidas por animais ou força hidráulica.

    Como a rapadura é feita?

    O processo tradicional envolve:

    • Moagem da cana-de-açúcar para extrair o caldo.
    • Fervura até atingir a consistência de um melado denso.
    • Moldagem em formas retangulares.
    • Secagem até ficar sólida.

    O nome “rapadura” vem de “raspadura”, referindo-se às raspas do açúcar. Típica do Nordeste brasileiro e de outras regiões da América Latina, ela recebe diferentes nomes, como “panela” (Colômbia) ou “chancaca” (Peru).

    A rapadura no Brasil e no mundo

    O Nordeste é o maior produtor do país, com o Ceará liderando a produção. Aqui, ela é consumida pura, em lascas, como substituta do açúcar ou acompanhada de farinha, uma tradição sertaneja. Também pode ser enriquecida com castanha de caju, coco ou amendoim.

    Em outras partes da América Latina, a rapadura tem usos variados:

    • Medicinal: em xaropes e bebidas tradicionais.
    • Culinário: como base para molhos em pratos salgados.

    Rica em calorias, vitaminas, minerais e proteínas, a rapadura já foi até incluída na merenda escolar de alguns estados nordestinos. Mais que um doce, ela é um símbolo de resistência e adaptação, carregando séculos de história em cada pedaço.

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    Um dos poucos jornalistas tímidos do mundo, evita aparecer pois sabe que a notícia é sempre mais importante. Trabalhando com jornalismo durante mais de vinte anos, em todas as editorias, já viajou o mundo cobrindo o agronegócio (e o entretenimento). Acredito que a sustentabilidade e o agro andam juntos, e que somos um exemplo para o mundo, além de celeiro da humanidade.

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