A manhã estava quieta no Condomínio Village da Alvorada, no Lago Sul, em Brasília. Sol baixo. Ar parado. Até que um visitante inesperado apareceu perto do portão de uma mansão. Pequeno. Meio perdido. Um filhote de tatu.

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O dono da casa estranhou o movimento. Deu um passo para trás. Chamou a Polícia Militar. E, em poucos minutos, a equipe do Batalhão de Policiamento Militar Ambiental (BPMA) já estava na porta. Chegaram rápido. Muito rápido. Era um resgate simples, mas nem tanto. Filhote exige cuidado. Mão leve. Paciência.

Os policiais cercaram a área, observaram o bicho e fizeram a captura com calma. Nada de sustos. Nada de pressa. O tatu, apesar do tamanho miúdo, parecia saudável. Mas novo demais para ficar sozinho. E é aí que tudo muda. Porque bicho muito novo, quando cai longe da toca, precisa de especialista.

Foto: PMDF

Por isso, seguiu direto para o Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (HFAUS). Lá, passará por avaliação completa. Exames. Observação. Tratamento, se precisar. Só depois — bem depois — volta para o Cerrado. O plano é sempre esse: cuidar, recuperar, soltar. Sem atalhos. Ou seja, sem pressa.

O BPMA aproveitou a ocorrência para reforçar um recado que, às vezes, a cidade esquece. O tatu é nativo da região. É peça do equilíbrio do Cerrado. Ajuda a controlar insetos. Move a terra. Areja o solo. Faz trabalho que ninguém vê, mas todo mundo depende. Parece detalhe, mas não é.

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Como acionar o resgate?

E veio a orientação, quase um aviso: encontrou animal silvestre na área urbana? Não tente pegar, não tente empurrar, não tente nada. Ligue. 190. Ou contato direto com a PMDF. Deixe o resgate para quem sabe.

Histórias assim parecem simples. Porém mostram como a fronteira entre casas luxuosas e a vida selvagem continua fina, quase frágil, no Distrito Federal. Cada chamado lembra isso. Cada filhote salvo também.