A crosta-preta, causada pelo fungo Rhizoctonia solani, é uma das doenças mais temidas pelos produtores de batata. Ela avança silenciosamente e pode devastar parte significativa da lavoura. Conhecer seus sinais e métodos de controle é fundamental para proteger a produtividade.

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A rizoctoniose, ou crosta-preta, já causa prejuízos médios de 10% na bataticultura brasileira. Em casos severos, sem o manejo adequado, essas perdas podem chegar a 30% ou mais. O fungo ataca a cultura em todas as fases, da brotação à colheita.

Os sinais silenciosos da doença na lavoura

O agricultor deve ficar atento aos primeiros sintomas. O fungo provoca a morte de brotos ainda na emergência. Ele também causa lesões escuras e afunda nas hastes e raízes. Nos tubérculos, seu ataque deixa uma crosta preta de escleródios, conhecida como “mancha de asfalto”. Esses danos depreciam o produto no mercado.

O patógeno sobrevive por anos no solo, em restos culturais. Tubérculos-semente infectados são a principal via de entrada da doença em áreas novas. Solos frios, úmidos e o plantio muito profundo criam o ambiente ideal para o fungo prosperar.

Estratégias eficazes de controle e prevenção

Especialistas defendem um manejo integrado. A estratégia combina práticas culturais, preventivas e químicas. Não existe variedade de batata imune à doença, tornando a prevenção a melhor arma.

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  • Uso de semente sadia: o primeiro passo é investir em tubérculos-semente certificados e de alta qualidade fisiológica e sanitária. Esse cuidado evita introduzir o problema na lavoura.
  • Rotação de culturas: rotacionar a batata com espécies não hospedeiras, como milho e cereais, reduz o inóculo do fungo no solo.
  • Fungicidas de última geração: o controle químico moderno oferece soluções eficazes. Produtos como Moncut (da IHARA) e Pulsor® 240 SC (da Corteva) se mostram altamente eficientes. A aplicação no sulco de plantio protege a planta desde o início do desenvolvimento.

O impacto econômico do manejo correto

Investir no controle da rizoctoniose é investir em rentabilidade. Estudos de eficácia comprovam que o manejo adequado pode aumentar a produtividade em mais de 20%. Em áreas tratadas com produtos específicos, os ganhos podem superar 150 sacas por hectare.

Ignorar a doença, no entanto, tem um custo alto. Para o produtor, significa colher tubérculos menores, deformados e com valor comercial reduzido. A doença consome até 23% de todo o custeio destinado ao controle de doenças na cultura.

A rizoctoniose exige atenção constante do produtor. Sua presença em todas as regiões produtoras do Brasil a torna uma ameaça permanente. A chave para o sucesso está na combinação de táticas. Use sementes de qualidade, faça a rotação e não subestime a aplicação de fungicidas modernos no sulco. Essa abordagem integrada protege o investimento e garante uma colheita mais abundante e lucrativa.