Resumo da notícia
- A Secretaria de Agricultura do Rio de Janeiro firmou acordo com a Rede ILPF para ampliar o Sistema Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta, visando recuperar pastagens degradadas e promover agricultura sustentável no estado.
- O acordo de três anos inclui identificação de áreas potenciais, criação de Unidades de Referência Tecnológica e capacitação técnica por meio de dias de campo, palestras e treinamentos para disseminar os benefícios do ILPF.
- O sistema ILPF integra lavoura, pecuária e floresta na mesma área, aumentando a produtividade, diversificando renda, reduzindo emissões de gases e promovendo a resiliência climática, com culturas como soja, milho, bovinocultura e eucalipto.
- Autoridades destacam que a iniciativa fortalece a competitividade do setor agropecuário fluminense, recupera áreas degradadas e contribui para uma economia de baixo carbono, gerando ganhos econômicos e ambientais para produtores.
A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Rio de Janeiro firmou, na última quarta-feira (20), um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a Associação Rede ILPF. O objetivo do acordo é fomentar a adoção e a expansão do Sistema Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) em todo o território fluminense.
O acordo terá duração inicial de três anos. Entre as ações previstas, destacam-se a identificação de áreas com potencial para o sistema, especialmente pastagens degradadas. Também será realizado o desenvolvimento de Unidades de Referência Tecnológica (URTs) e uma agenda ampla de capacitação técnica. Essa programação inclui dias de campo, palestras e treinamentos para difundir os benefícios socioambientais e econômicos do ILPF.
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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio de Janeiro possui 1,4 milhão de hectares dedicados ao uso agropecuário. Cerca de metade dessas áreas são pastagens, e 30% delas apresentam algum grau de degradação.
Potencial carioca
Francisco Matturro, presidente-executivo da Rede ILPF, destaca: “O Rio de Janeiro tem grande potencial para avançar na adoção do Sistema ILPF, principalmente em áreas de pastagens degradadas. Com o acordo, levamos conhecimento, tecnologia e apoio direto ao produtor rural. Mostramos que é possível produzir mais e melhor, respeitando o meio ambiente e aumentando a renda.”
Matturro ainda ressalta que a ILPF permite ao produtor obter renda em curto, médio e longo prazo. “As lavouras de grãos e cereais garantem ganhos imediatos, a pecuária oferece retorno no médio prazo e a silvicultura se consolida a longo prazo.”
O secretário estadual de Agricultura, Dr. Flávio, afirmou que o acordo marca um compromisso histórico do Rio de Janeiro com a agricultura sustentável. “Estamos saindo do campo das intenções e partindo para ações concretas que vão transformar a realidade do produtor fluminense. A tecnologia, capacitação e inovação vão recuperar áreas degradadas, aumentar a produtividade e gerar novas oportunidades para o setor.”
Segundo ele, essa iniciativa fortalece a competitividade da agropecuária e reafirma o protagonismo do estado na transição para uma economia de baixo carbono.
Sistema ILPF
O Sistema ILPF integra culturas agrícolas, pecuárias e florestais na mesma área, combinando consórcio, sucessão ou rotação de culturas. Essa estratégia aumenta o uso sustentável da terra, protege o solo, reduz custos com insumos e eleva a produtividade. Além disso, diversifica a produção e as fontes de renda.
O sistema apresenta baixa emissão de gases de efeito estufa, promove o sequestro de carbono e torna a produção mais resiliente às mudanças climáticas. As culturas agrícolas utilizadas incluem soja, milho e algodão. A pecuária foca principalmente na bovinocultura de corte e leite. Já a componente florestal prioriza o plantio de espécies como eucalipto.
A ILPF se adapta a propriedades de todos os tamanhos e biomas brasileiros, derrubando o mito de que é apenas para grandes áreas.
Com este novo acordo, os programas integrados da Rede ILPF passam a atuar em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul. A Rede também mantém convênio nacional com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).