No mês de junho de 2025, o Rio Grande do Sul registrou um volume de chuvas significativamente superior à média histórica para o período. Sobretudo na região Norte do estado, impactando diretamente a implantação das lavouras de trigo. Segundo o Comunicado Agrometeorológico 88 divulgado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), o excesso de umidade acarretou atraso no plantio do cereal. E provocou uma redução estimada de 10% na área cultivada para a safra em curso.
O grupo de Agrometeorologia do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/Seapi) elaborou o documento com base em dados de 23 estações meteorológicas do Simagro e do Inmet. Em 13 desses pontos, a precipitação ultrapassou os 300 mm, com Sobradinho registrando o maior índice, de 629,2 mm no mês. “Os desvios pluviométricos positivos foram notáveis. Variando de 17,6 mm em Camaquã até 471,8 mm em Sobradinho”, detalhou a pesquisadora Loana Cardoso, uma das responsáveis pelo comunicado.
Além do impacto nas lavouras, as chuvas provocaram transtornos sociais. Especialmente nas bacias hidrográficas do Uruguai, Guaíba e das Bacias Litorâneas, onde rios como Jaguarão e Jacuí enfrentaram elevações nos níveis das águas.
Devido ao estado encharcado do solo, a semeadura do trigo sofreu atrasos, e a estimativa da Emater/RS-Ascar indica retração na área cultivada, associada ao risco climático, à oscilação dos preços e à baixa demanda por crédito rural para custeio.
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