A safra brasileira de algodão 2025/26 deverá registrar uma contração na área plantada, segundo o mais recente levantamento da StoneX, empresa global de serviços financeiros. A previsão aponta para uma área total de 2,04 milhões de hectares no país, uma redução de 3,5% em comparação com a safra 2024/25.

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Os dados, divulgados pela área de Inteligência de Mercado da empresa, indicam que o cenário é mais acentuado em Mato Grosso, maior estado produtor. Os cotonicultores mato-grossenses projetam uma área de 1,44 milhão de hectares – uma queda de 75 mil hectares.

De acordo com Raphael Bulascoschi, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, considerando uma produtividade dentro da tendência, a produção de algodão em pluma na safra 2025/26 deve alcançar 3,7 milhões de toneladas.

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“Esse volume representa um recuo de 4,3% frente à safra atual”, destaca Bulascoschi.

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Safra 2024/25: produção recorde com atenção à qualidade

Enquanto a próxima safra preocupa, o ciclo 2024/25 caminha para registrar um marco positivo: uma produção recorde de 3,9 milhões de toneladas de algodão em pluma.

No entanto, o analista faz um alerta: “O excesso de umidade registrado em agosto pode ter comprometido a qualidade da pluma remanescente em Mato Grosso. Esse fator seguirá no radar do mercado brasileiro de algodão nas próximas semanas”, afirma.

O relatório também aborda a dinâmica comercial. As exportações de algodão têm registrado um ritmo mais lento nas últimas semanas. Apesar disso, a projeção para as vendas externas em 2025 se mantém em 2,9 milhões de toneladas, com expectativa de embarques mais intensos no último quadrimestre do ano.

No front interno, a StoneX revisou para baixo sua estimativa para o consumo doméstico na safra 2025/26. A nova projeção é de 685 mil toneladas, uma redução de 35 mil toneladas em relação às estimativas anteriores.

O cenário reflete o baixo dinamismo do setor têxtil brasileiro, ainda pressionado por um ambiente macroeconômico adverso e custos elevados.

Estoques finais menos folgados

Apesar da revisão negativa no consumo, a redução prevista na produção tem um impacto maior no equilíbrio de mercado.

“A redução na produção mais do que compensou o ajuste no consumo interno. Como resultado, projetamos estoques finais menos folgados para o próximo ciclo, estimados em 3,08 milhões de toneladas de pluma”, conclui o analista da StoneX.

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