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    Saiba o impacto da tarifa de 50% sobre o agronegócio brasileiro

    Henrique RodartePor Henrique Rodarte09/07/2025Atualizado:10/07/2025
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    CNA. Foto: Wenderson Araujo/Trilux/Sistema CNA/Senar
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    O presidente americano Donald Trump anunciou hoje, 9 de julho de 2025, uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, com implementação prevista para 1º de agosto Plano Safra 2025/2026 — Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. No caso do Brasil, a tarifa de 50% é a mais alta já anunciada contra o país, superando as taxas aplicadas a outros parceiros comerciais nesta semana.

    A medida tem motivações declaradamente políticas e comerciais, sendo parcialmente em retaliação ao julgamento em curso do ex-presidente Jair Bolsonaro. Porém, a justificativa são questões relacionadas ao déficit comercial bilateral.

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    A reação dos mercados foi imediata. A ameaça de Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros fez a moeda do país despencar, mas cenários externo e interno são desafiadores para o setor, demonstrando a nervosismo dos investidores diante da medida.

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    Consequências para o agronegócio brasileiro

    A nova tarifa tende a afetar o agronegócio, a indústria e a pauta de exportações como um todo, aumentando o custo dos produtos brasileiros nos EUA e dificultando o acesso ao principal mercado do hemisfério norte. Portanto, o aumento de 50% nos preços tornará os produtos agrícolas brasileiros significativamente menos competitivos no mercado americano.

    O agronegócio brasileiro, que tem os Estados Unidos como um dos principais destinos de exportação, será particularmente afetado. Os principais produtos afetados devem ser:

    • Café
    • Soja e derivados
    • Carne bovina e suína
    • Açúcar e etanol
    • Produtos florestais

    Assim, todos esses setores enfrentarão uma barreira tarifária sem precedentes, o que pode resultar em redução significativa dos volumes exportados para os EUA.

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    Um exemplo concreto do desequilíbrio tarifário já existente pode ser observado no setor de etanol. A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. Mesmo assim, o Brasil cobra das exportações de etanol dos EUA uma tarifa de 18%. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto os EUA exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil. A nova tarifa de 50% deve ampliar drasticamente essa disparidade.

    A relação comercial entre Brasil e EUA já apresentava assimetrias. 48% das exportações norte-americanas para o Brasil entram sem tarifas. Cerca de 15% dos produtos importados dos Estados Unidos estão sujeitos a alíquotas de no máximo 2%, demonstrando uma abertura significativa do mercado brasileiro aos produtos americanos.

    O agronegócio brasileiro precisará acelerar a diversificação de mercados, buscando alternativas na Ásia, Europa e outros parceiros comerciais. A China, já um grande importador de produtos agrícolas brasileiros, pode se tornar ainda mais estratégica.

    Negociações diplomáticas

    O governo brasileiro costuma buscar a mesa de negociações, como já demonstrou em outras situações. Esse deve ser o caminho. O diálogo diplomático será crucial para amenizar os impactos da medida.

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    A nova tarifa entra em vigor no dia 1º de agosto e tem potencial para afetar diretamente setores fundamentais da economia brasileira, como o agronegócio, a indústria de base e os bens de consumo. Considerando que o agronegócio brasileiro registrou exportações de US$ 166,55 bilhões em 2023, uma redução nas vendas para os EUA pode impactar significativamente a balança comercial do setor.

    A tarifa de 50% anunciada por Trump representa um dos maiores desafios comerciais enfrentados pelo agronegócio brasileiro em décadas. A medida anunciada por Trump é, antes de tudo, um gesto político, mas suas consequências econômicas serão tangíveis e imediatas.

    O setor precisará se adaptar rapidamente através da diversificação de mercados, otimização de custos e intensificação das negociações diplomáticas. A capacidade de resposta do Brasil a essa crise determinará não apenas o futuro das relações comerciais bilaterais, mas também a competitividade do agronegócio brasileiro no cenário global.

    Reações dos exportadores

    Os exportadores de café, representados pelo Cecafé, foram um dos primeiros setores a se manifestar. Como o Brasil lidera a produção e a exportação mundial, o setor prevê impactos significativos.

     

    O diretor geral do Cecafé, Marcos Matos acredita em negociação. “O Cecafé, o Conselho de exportadores de Café do Brasil, acompanha com atenção a discussão das tarifas nos EUA. É importante mencionar que os Estados Unidos é o país mais importante em termos de consumo de café, ao redor de 24 milhões de sacas. E o Brasil é o principal fornecedor nesse mercado, com mais de 30% de market share. É sabido, sobre as tarifas de café até então, que nós tínhamos 20% no Vietnã, portanto havia caído dos 40% inicialmente anunciado para 20%, nós temos Indonésia com 30%, Nicaragua com 18%, e todos os demais países concorrentes do Brasil com 10%, e o país estava nessa faixa de 10%.”

    Apoio do setor nos Estados Unidos

    O Cecafé e seus parceiros já começaram a negociação com apoio dos parceiros. Lembrando que durante o evento, mais de 40 países estiveram presentes com representantes no Brasil, o que mostra o poder do setor e da entidade. “E agora, com essa faixa de 50%, estamos fazendo um trabalho de agenda positiva, junto com nossos parceiros, como a National Coffee Association, junto a administração Trump. É importante lembrar que o café gera muita riqueza nos EUAS. Eles importam café e agregam valor na industrialização. Para cada um dólar de café importado, são gerados quarenta e três dólares na economia americana. São 2.2 milhões de empregos e 1,2% do PIB norte americano, uma vez que são gerados 343 bilhões de dólares na economia.”

     

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    Matos finaliza de forma otimista sua fala. “Setenta e seis por cento dos americanos tomam café. Nós temos esperança que o bom senso prevaleça. Portanto estamos numa agenda positiva esperançosos que nós tenhamos uma condição muito mais apropriada no comércio de café para os Estados Unidos.”

    Associação de Comércio Exterior do Brasil também se manifesta

    A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) reagiu com surpresa e indignação ao anúncio do aumento para 50% da tarifa de importação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Para o presidente-executivo da entidade, José Augusto de Castro, essa decisão não tem caráter econômico, mas político, embora provoque um impacto econômico de grande alcance.

    A Amcham (Câmara Americana de Comércio) manifestou “profunda preocupação” com o anúncio dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo a entidade, a medida pode gerar “impactos severos” em empregos, produção, investimentos e nas cadeias produtivas integradas entre os dois países. Ao reforçar sua missão de estreitar laços empresariais entre Brasil e EUA, a Amcham apelou para que os governos retomem o diálogo e busquem uma solução negociada. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) também se posicionou, alertando para os prejuízos que essa decisão pode trazer à economia e pedindo a ampliação das negociações.

    Leia a nota da entidade:

    A Amcham Brasil manifesta profunda preocupação com a decisão anunciada pelo governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, com vigência a partir de 1º de agosto. Trata-se de uma medida com potencial para causar impactos severos sobre empregos, produção, investimentos e cadeias produtivas integradas entre os dois países.

    A relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos sempre se pautou pelo respeito, pela confiança mútua e pelo compromisso com o crescimento conjunto. O comércio de bens e serviços entre as duas nações é fortemente complementar e tem gerado benefícios concretos para ambos os lados, sendo superavitário para os Estados Unidos ao longo dos últimos 15 anos — com saldo de US$ 29,2 bilhões em 2024, segundo dados oficiais norte-americanos.

    A Amcham Brasil — que há mais de um século atua pelo fortalecimento dos laços econômicos entre os dois países — conclama os governos a retomarem, com urgência, um diálogo construtivo. Reiteramos a importância de uma solução negociada, fundamentada na racionalidade, previsibilidade e estabilidade, que preserve os vínculos econômicos e promova uma prosperidade compartilhada.

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    Um dos poucos jornalistas tímidos do mundo, evita aparecer pois sabe que a notícia é sempre mais importante. Trabalhando com jornalismo durante mais de vinte anos, em todas as editorias, já viajou o mundo cobrindo o agronegócio (e o entretenimento). Acredito que a sustentabilidade e o agro andam juntos, e que somos um exemplo para o mundo, além de celeiro da humanidade.

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