Resumo da notícia
- O governo dos EUA confirmou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo o café, medida que pode elevar preços e pressionar a inflação no mercado americano, afetando consumidores e exportadores.
- O Cecafé e a Associação Brasileira de Cafés Especiais negociam para excluir o café da lista de taxações, visando preservar a relação estratégica entre Brasil e EUA no comércio cafeeiro.
- Os cafés brasileiros representam mais de 30% do mercado americano, que consome 76% da população e movimenta US$ 343 bilhões por ano, sustentando mais de 2,2 milhões de empregos nos EUA.
- A tarifa ameaça produtores, exportadores e consumidores de cafés especiais, setor que gera receita superior a US$ 550 milhões e é referência global, podendo impactar negativamente a cadeia produtiva e a parceria bilateral.
Resumo gerado pela redação.
O governo dos Estados Unidos confirmou hoje (30) uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo o café. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) anunciou que seguirá negociando com a National Coffee Association (NCA). A entidade quer que o café seja incluído na lista de exceções criada pelo governo americano.
Brasil e Estados Unidos mantêm uma relação estratégica no comércio cafeeiro. Cafés brasileiros representam mais de 30% do mercado americano. Os EUA, por sua vez, compram 16% das exportações brasileiras do produto.
O café é essencial para os consumidores e para a economia norte-americana. Dados mostram que 76% da população consome a bebida. O gasto anual chega a US$ 110 bilhões, incluindo itens relacionados, o equivalente a US$ 301 milhões por dia.
O setor responde por 8% do valor da indústria de serviços alimentícios nos EUA, segundo pesquisa da Technomic de 2022. A cadeia cafeeira sustenta mais de 2,2 milhões de empregos no país, com salários que superam US$ 101 bilhões.
Cada dólar gasto em importação de café gera outros US$ 43 na economia americana. Ao todo, o setor movimenta US$ 343 bilhões por ano, equivalente a 1,2% do PIB dos Estados Unidos.
Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, afirmou que a tarifa elevará os preços e pressionará a inflação. Ele destacou que os custos serão repassados aos consumidores americanos. Ferreira defendeu a revisão da medida e garantiu que seguirá trabalhando para excluir o café da taxação. Abaixo segue o vídeo gravado pelo diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos.
Impacto nos cafés especiais
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) também se manifestou contra a tarifa de 50% sobre cafés especiais. Os EUA são o maior comprador desses produtos, adquirindo cerca de 2 milhões de sacas por ano, com receita superior a US$ 550 milhões.
Se mantida, a medida afetará produtores, exportadores e consumidores em todo o mundo, sobretudo no Brasil e nos EUA. A BSCA defende o diálogo para reverter a decisão, preservar empregos e manter a parceria entre os dois países.
O café especial brasileiro é referência no mercado global. Por isso, a entidade alerta que a taxação pode prejudicar tanto a indústria quanto os consumidores norte-americanos.
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