Resumo da notícia
- O setor sucroenergético brasileiro reforçou que o etanol é um ativo estratégico de soberania nacional e não deve ser usado como moeda de troca em negociações comerciais com os Estados Unidos.
- O presidente da Unica e o governador de São Paulo defenderam a proteção da produção nacional e rejeitaram concessões que comprometam a reserva estratégica do Brasil em etanol.
- Brasil e EUA respondem por 80% da produção mundial de etanol, com os EUA produzindo 16,1 bilhões e o Brasil 8,8 bilhões de galões em 2024, consolidando ambos como líderes globais do setor.
- Os EUA investigam a tarifa de importação de 18% sobre etanol norte-americano no Brasil, considerada pelo governo brasileiro um instrumento legítimo de defesa comercial contra produtos subsidiados.
O setor sucroenergético brasileiro reafirmou que o etanol não deve ser usado como moeda de troca em negociações comerciais com os Estados Unidos. A declaração foi de Carlos Ubiratan Garms, presidente do Conselho da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), durante a 25ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo.
Garms destacou que o etanol brasileiro é um ativo estratégico de soberania nacional e deve ser tratado como política de Estado. Segundo ele, não há tratativas oficiais sobre possíveis concessões ao governo norte-americano.
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Tarcísio de Freitas reforçou o posicionamento. O governador de São Paulo defendeu a proteção da produção nacional. “Não precisamos fazer concessões naquilo que é reserva estratégica do Brasil. Pelo contrário, temos que proteger essa reserva e prestigiar quem investe em tecnologia”, declarou Freitas.
Produção de etanol
Atualmente, Brasil e Estados Unidos concentram 80% da produção mundial de etanol. Em 2024, os EUA produziram 16,1 bilhões de galões, enquanto o Brasil alcançou 8,8 bilhões, consolidando os dois países como principais players globais do setor.
O acesso do etanol norte-americano ao mercado brasileiro está no centro de uma investigação aberta por Washington, com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. O processo questiona a revogação, em 2017, do regime quase isento de tarifas que beneficiava o biocombustível dos EUA.
O governo norte-americano alega que a taxa de importação de 18% imposta atualmente cria uma barreira indevida. Já o setor brasileiro considera o imposto um instrumento legítimo de defesa comercial, essencial para garantir a competitividade frente a um produto fortemente subsidiado.