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    Tatu-canastra: o gigante ameaçado do Cerrado Brasileiro

    O maior tatu do mundo e os esforços para sua conservação
    Henrique RodartePor Henrique Rodarte05/08/2025
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    Foto: Kevin Schafer/ICAS
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    Resumo da notícia

    • O tatu-canastra é o maior tatu do mundo, com até 1,5 metro e 60 quilos, e possui garras em formato de foice para escavação, corpo protegido por escamas rígidas e hábitos noturnos e semifossoriais, vivendo em tocas subterrâneas.
    • Alimenta-se quase exclusivamente de formigas e cupins, destruindo cupinzeiros e desempenhando papel crucial no controle de insetos sociais, o que contribui para o equilíbrio ecológico dos biomas onde habita.
    • Distribui-se principalmente pelo Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica, com populações monitoradas em áreas protegidas, demonstrando adaptação a diferentes ambientes apesar das ameaças crescentes.
    • A espécie é considerada Vulnerável pela IUCN devido à destruição do habitat natural e expansão agropecuária, que comprometem sua sobrevivência e dificultam pesquisas e conservação efetiva.

    Resumo gerado pela redação.

    O tatu-canastra (Priodontes maximus) representa um dos mamíferos mais fascinantes e menos conhecidos do Brasil. Considerado o maior tatu do mundo, este gigante da fauna brasileira enfrenta sérias ameaças à sua sobrevivência, sendo classificado como espécie Vulnerável pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).

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    O tatu-canastra impressiona por suas dimensões excepcionais. Com mais de 1,5 metro de comprimento total, pode pesar entre 30 a 60 quilos, sendo que exemplares de 40 quilos já foram registrados em pesquisas recentes. Sua carapaça escura e robusta é composta por bandas flexíveis que permitem movimentação, apresentando uma linha branca lateral característica que auxilia na identificação individual dos animais.

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    Anatomia especializada

    Uma das características mais marcantes da espécie são suas garras anteriores em formato de foice, extremamente desenvolvidas para escavação. Essas garras são tão grandes que o animal caminha apoiado nas pontas delas. Todo o corpo é coberto por escamas pentagonais rígidas, incluindo pernas, cauda e cabeça, proporcionando proteção natural contra predadores.

     

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    Uma publicação compartilhada por ICAS-Projeto Tatu-canastra/Giant armadillo Conservation Program (@projetotatucanastra)

    O tatu-canastra possui hábitos noturnos e semifossoriais, passando considerável tempo em tocas subterrâneas que podem atingir mais de 40 centímetros de largura e 30 centímetros de altura. Apesar da aparência robusta, é um animal surpreendentemente ágil, capaz de correr rapidamente e manter equilíbrio sobre as patas traseiras.

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    Durante suas atividades noturnas, pode percorrer trajetos superiores a 3 quilômetros em busca de alimento. Seu comportamento solitário e tímido torna a espécie praticamente invisível, dificultando estudos científicos e observações na natureza.

    Alimentação e papel ecológico

    O tatu-canastra é o maior mirmecófago entre os tatus, alimentando-se quase exclusivamente de formigas e cupins. Durante o processo alimentar, destrói completamente os cupinzeiros, deixando-os espalhados e rebaixados ao nível do solo – um sinal característico de sua presença no ambiente.

    Ocasionalmente, complementa sua dieta com outros insetos, aranhas, minhocas, larvas, cobras e carniça. Sua importância ecológica é fundamental para o controle populacional de insetos sociais e manutenção do equilíbrio dos ecossistemas onde habita.

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    A espécie possui ampla distribuição no território brasileiro, ocorrendo principalmente no Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica. Pesquisadores monitoram populações em diferentes regiões, desde o Pantanal sul-mato-grossense até reservas no Espírito Santo, o que demonstra a capacidade de adaptação da espécie a diversos biomas.

    Ameaças e desafios de conservação

    O tatu-canastra enfrenta múltiplas ameaças em seu habitat natural. A destruição de ambientes naturais, expansão agropecuária e atropelamentos em rodovias representam os principais fatores de risco. Dados recentes indicam que entre maio de 2023 e abril de 2024, 2.300 animais foram atropelados em apenas 350 quilômetros da BR-262.

    tatu canastra de pé
    Foto: Kevin Schafer/ICAS

    A natureza tímida e os hábitos noturnos da espécie dificultam estudos científicos abrangentes. O tatu-canastra permanece como um dos mamíferos de grande porte menos conhecidos do Brasil, limitando o desenvolvimento de estratégias de conservação mais eficazes.

    Importância da Conservação

    A conservação do tatu-canastra é essencial não apenas para a sobrevivência da própria espécie, mas também para manutenção do equilíbrio ecológico de seus habitats. Sua função como controlador de populações de insetos sociais influencia diretamente a dinâmica de outros organismos.

     

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    Uma publicação compartilhada por ICAS-Projeto Tatu-canastra/Giant armadillo Conservation Program (@projetotatucanastra)

    Como espécie que requer grandes territórios preservados, o tatu-canastra funciona como espécie guarda-chuva, cuja proteção beneficia inúmeras outras espécies que compartilham os mesmos habitats.

    Projeto tatu-canastra: pioneirismo na conservação

    O Projeto Tatu-Canastra teve início em 2010 na Fazenda Baia das Pedras, região da Nhecolândia, no Pantanal sul-mato-grossense. Desenvolvido pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), o projeto representa mais de 14 anos de dedicação à pesquisa e conservação da espécie.

    O objetivo principal é compreender a ecologia, biologia e história natural do tatu-canastra, gerando conhecimento científico essencial para estratégias de preservação eficazes. Atualmente, estima-se a presença de 7 a 8 indivíduos a cada 10 quilômetros quadrados na região de estudo original.

    O projeto utiliza técnicas avançadas de monitoramento, incluindo radiotelemetria e análises genéticas, para acompanhar indivíduos em vida livre. Recentemente, foi registrada a captura do maior tatu-canastra já documentado no Parque Natural Municipal do Pombo, em Três Lagoas, pesando 40 quilos.

    Foto: Prefeitura de Três Lagoas

    As pesquisas revelaram informações cruciais sobre padrões de movimentação, uso de habitat e comportamento reprodutivo da espécie. Uma fêmea monitorada desde 2021 tornou-se embaixadora científica da espécie, contribuindo significativamente para o conhecimento sobre a biologia reprodutiva em ambiente natural.

    Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS)

    O ICAS destaca-se como instituição pioneira na conservação de fauna silvestre brasileira, desenvolvendo projetos científicos que combinam pesquisa de campo com ações de preservação. Além do tatu-canastra, a organização atua na proteção de outras espécies ameaçadas, como o tamanduá-bandeira.

    O instituto mantém parcerias com universidades, como a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), e organizações internacionais, ampliando o alcance das pesquisas. Colaborações com o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) fortalecem as ações de conservação em diferentes biomas.

    O ICAS promove regularmente exposições e eventos educativos, como a exposição “Nossos Gigantes” realizada no Bioparque Pantanal, apresentando características e curiosidades sobre o tatu-canastra e outras espécies para o público geral.

    Os esforços contínuos do Projeto Tatu-Canastra e do ICAS representam esperança para o futuro da espécie. Com mais de uma década de pesquisas dedicadas, o conhecimento acumulado fornece base sólida para implementação de medidas de proteção mais eficazes.

    A expansão do projeto para diferentes biomas e o fortalecimento de parcerias institucionais ampliam as possibilidades de sucesso na conservação desta espécie única da fauna brasileira. O trabalho pioneiro desenvolvido serve como modelo para conservação de outras espécies ameaçadas, demonstrando a importância da pesquisa científica de longo prazo na preservação da biodiversidade nacional.

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    Um dos poucos jornalistas tímidos do mundo, evita aparecer pois sabe que a notícia é sempre mais importante. Trabalhando com jornalismo durante mais de vinte anos, em todas as editorias, já viajou o mundo cobrindo o agronegócio (e o entretenimento). Acredito que a sustentabilidade e o agro andam juntos, e que somos um exemplo para o mundo, além de celeiro da humanidade.

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