Resumo da notícia
- O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifa de 50% sobre importações de tabaco brasileiro a partir de 6 de agosto de 2025, afetando cerca de 9% das exportações nacionais do setor.
- Entre janeiro e junho de 2025, o Brasil exportou 19 mil toneladas de tabaco para os EUA, gerando US9 milhões, com expectativa de queda devido à tarifa.
- O setor brasileiro busca redirecionar as exportações para outros mercados, como China e Bélgica, para minimizar os impactos da tarifa americana.
- Há expectativa de negociação diplomática entre Brasil e EUA para tentar reverter ou amenizar a decisão e preservar o fluxo comercial bilateral.
Resumo gerado pela redação.
Em decreto publicado no dia 30 de julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre as importações de tabaco brasileiro a partir de 6 de agosto. A decisão representa um duro golpe para a competitividade do produto brasileiro no mercado norte-americano, destino de cerca de 9% das exportações nacionais do setor, equivalente a aproximadamente 40 mil toneladas previstas para a safra 2025/2026.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC/ComexStat), apenas entre janeiro e junho de 2025, o Brasil exportou 19 mil toneladas de tabaco para os EUA, gerando US$129 milhões em receitas. Em todo o ano de 2024, o volume exportado supera 39 mil toneladas, movimentando US$255 milhões.
Reação
A reação do setor foi imediata. Para Valmor Thesing, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), a manutenção da tarifa cria uma situação extremamente complexa: “A competitividade do produto brasileiro no mercado norte-americano fica ameaçada. Podemos esperar, como consequência, uma redução drástica nos volumes exportados aos clientes americanos”, afirmou.

Apesar do cenário desafiador, Thesing assegura que não há previsão de demissões imediatas. O tabaco já contratado junto aos produtores, através do Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT), será adquirido normalmente conforme os contratos de integração. Ele destaca ainda o esforço do setor em redirecionar o volume que seria exportado aos EUA para outros mercados, já que o Brasil comercializa tabaco com mais de 100 países.
Especialistas apontam que a imposição da tarifa pelos EUA deve elevar substancialmente o preço do tabaco brasileiro no mercado americano. Além de reduzir sua competitividade e gerar pressão para a busca de novos mercados — especialmente China e Bélgica — para absorver o excedente. Projeções, porém, indicam que o Brasil deve ultrapassar a marca de US$3 bilhões em exportações de tabaco em 2025. Com crescimento entre 10% e 15% no volume e no valor das vendas externas.
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