China impulsiona exportações de gergelim pelo Terminal de Paranaguá
porto TCP foto aérea
Foto: TCP

A abertura do mercado chinês para o gergelim brasileiro transformou o cenário das exportações em menos de um ano. A TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, exportou 249 mil toneladas de gergelim até setembro de 2025, volume que representa crescimento de 184% em relação às 88 mil toneladas do mesmo período de 2024.

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O Terminal conquistou 71% de participação de mercado no volume total que o Brasil embarca. A China sozinha absorve 46% de todo o gergelim que sai pela TCP, seguida por Índia (21%) e Vietnã (8%).

Giovanni Guidolim, gerente comercial, de logística e atendimento da TCP, destaca o impacto do mercado asiático. “A China consome mais de um terço do gergelim mundial. A abertura desse mercado e as recentes habilitações de empresas brasileiras fizeram os embarques dispararem. Em menos de um ano, o país asiático já se tornou o principal destino do gergelim que exportamos”, afirma o executivo.

Conectividade marítima garante vantagem competitiva

A TCP opera oito serviços semanais com destino à Ásia, fator que proporciona flexibilidade e maior capacidade de embarque. Enquanto o Brasil expandiu suas exportações de gergelim em 42%, a TCP absorveu alta de 184%, segundo Carolina Brown, gerente comercial de armadores e de inteligência de mercado da TCP.

“Os três maiores mercados para o gergelim brasileiro concentram-se no continente asiático. Nossa conectividade marítima traz vantagem competitiva e evidencia a preferência do mercado por embarcar a carga pelo Terminal”, explica Brown.

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Dados da Secretaria de Comércio Exterior compilados pelo Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (IBRAFE) confirmam o recorde: o Brasil exportou 349,67 mil toneladas de gergelim entre janeiro e setembro de 2025, maior volume da série histórica, superando as 246,65 mil toneladas do mesmo período de 2024.

Embarques de feijão crescem 79% e TCP alcança 87% do mercado brasileiro

O feijão brasileiro expande presença no mercado internacional. O IBRAFE aponta que as exportações nacionais atingiram 361,86 mil toneladas até setembro de 2025, maior volume da série histórica, com crescimento de 4% sobre o ano anterior.

A TCP embarcou 315 mil toneladas de feijão entre janeiro e setembro de 2025, crescimento de 79% em relação às 176 mil toneladas de 2024. O resultado posiciona o Terminal de Contêineres de Paranaguá como o maior corredor de exportação de feijão do Brasil, com 87% de participação de mercado.

A Índia lidera os destinos do feijão exportado pela TCP, com 64% do volume, seguida por Portugal (6%) e África do Sul (5%).

Guidolim ressalta que a eficiência operacional faz a diferença para produtos perecíveis. “O feijão exige fumigação e os produtores buscam agilidade para que as remessas cheguem no prazo. A parceria do Terminal com armazéns da retroárea de Paranaguá e o alinhamento contínuo com órgãos intervenientes tornam o embarque de pulses por Paranaguá mais ágil e rentável”, explica o executivo.

Feijão-mungo-preto lidera exportações brasileiras

O relatório do IBRAFE destaca que o feijão-mungo-preto liderou as exportações brasileiras, com 171 mil toneladas embarcadas. O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) lançou oficialmente a variedade em 2024. Antes disso, agricultores não cultivavam o produto no país. O feijão-caupi branco ficou em segundo lugar, com 66 mil toneladas.

Diferente do feijão carioca e do feijão preto, os mais consumidos internamente, o feijão-mungo-preto e o feijão-caupi branco atendem o mercado externo e integram a culinária de países asiáticos.

O IBRAFE esclarece que essas exportações não comprometem o abastecimento interno. O feijão-carioca, que representa 65% da produção nacional, permanece voltado ao consumo doméstico.