Resumo da notícia
- A família Vailati intensifica a produção de marrecos em Brusque para atender à alta demanda nas festas de outubro e em restaurantes, planejando expansão das granjas e uso sustentável de resíduos.
- A Kiave, empresa familiar, modernizou o abate com processos mecanizados e mantém rigor sanitário, empregando 25 funcionários e oferecendo marreco inteiro, recheado ou em cortes.
- A produção exige cuidados especiais na retirada das penas para atender mercados asiáticos, além de reaproveitar subprodutos como adubo e penas para travesseiros.
- Com o Selo Arte desde 2022, a Kiave distribui marrecos em todo o Brasil, com maior procura no Vale do Itajaí, região onde a ave é símbolo da culinária tradicional.
A família Vailati de Brusque intensifica a produção de marrecos pouco antes das festas de outubro, quando a tradição do prato ganha destaque na região. A Kiave, empresa familiar, é um dos dois principais fornecedores de marreco no estado e promete expansão diante da alta demanda pela ave, tanto para a Fenarreco quanto para restaurantes que têm o marreco em seus cardápios.
Na alta temporada, a produção chega a 2,5 mil aves abatidas por semana. Daiane Vailati, 43 anos, destaca que o marreco é consumido não só em festas tradicionais, mas também na gastronomia sofisticada, inclusive em restaurantes chineses.
A empresa planeja ampliar as granjas em Canelinha, em parceria com produtores locais, e implementar um biodigestor para destinação correta dos resíduos e economia de energia. Em negociação com a prefeitura de Brusque, eles buscam incluir a carne do marreco na merenda escolar, incentivando a cultura do consumo desde cedo.
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O retorno de Daiane ao negócio familiar trouxe avanços importantes na qualidade e na eficiência do processo. Antes manual, o abate agora é mecanizado, com tanque de refrigeração que mantém temperatura constante, garantindo higiene e conformidade com normas sanitárias.
Ampliação
Com 25 funcionários, a empresa ampliou os galpões, recebendo os filhotes com um dia de vida e levando-os ao abate após 56 dias, quando atingem cerca de 4,5 kg. Oferecem o marreco inteiro, recheado ou em cortes, além do recheio tradicional da família.

A produção exige cuidado extra no processo de retirada das penas, pois o marreco, ave aquática, precisa de remoção completa dos folículos e um banho de cera, principalmente para o mercado asiático, que exige pele perfeita.
Além disso, a empresa adapta constantemente os equipamentos, já que a maioria foi desenvolvida para frangos, com estrutura corporal diferente da do marreco. Ela também aproveita todos os subprodutos: transforma os dejetos em adubo e vende as penas para fábricas de travesseiros.
Conquistando o Selo Arte em 2022, a Kiave já distribui em todo o Brasil. Mas a maior demanda vem do Vale do Itajaí, onde o marreco é símbolo da culinária tradicional do Vale Europeu.