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    Uso de herbicidas no Brasil sobe 128% em uma década

    Crescimento acelerado preocupa pesquisadores por impactos ambientais, econômicos e sociais
    Henrique RodartePor Henrique Rodarte15/07/2025
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    Foto: Wenderson Araujo/Trilux/Sistema CNA/Senar
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    O Brasil registrou um aumento expressivo no consumo de herbicidas nos últimos 11 anos. De acordo com um estudo da Embrapa Meio Ambiente em parceria com a Universidade de Rio Verde, entre 2010 e 2020, as vendas saltaram de 157,5 mil para 329,7 mil toneladas anuais de ingredientes ativos. Esse avanço, de 128%, contrasta fortemente com o crescimento da área agrícola, que foi de 24% no mesmo período.

    A principal razão para esse aumento é a resistência crescente das plantas daninhas ao glifosato, o herbicida mais utilizado no país. Esse fenômeno silencioso impõe grandes desafios ao manejo agrícola, pois reduz a eficácia do controle químico tradicional, obriga a adoção de novas moléculas e eleva os custos de produção.

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    Com o glifosato perdendo eficiência, agricultores passaram a recorrer a outros princípios ativos. Entre 2010 e 2020, algumas moléculas foram destaque pelo rápido crescimento no uso:

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    • Cletodim: aumento de 2.672%
    • Triclopir: 953%
    • Haloxifope: 896%
    • Diclosulam: 561%
    • Flumioxazina: 531%
    • Glufosinato: 290%
    • 2,4-D: 233%

    Esses números refletem o esforço dos produtores em manter o controle químico como estratégia principal no campo, mesmo diante de plantas daninhas cada vez mais resistentes.

    Metodologia do estudo

    O levantamento utilizou dados oficiais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ajustando para normas internacionais e excluindo produtos para uso não agrícola e adjuvantes exclusivos. Os herbicidas mais comuns foram convertidos em unidades equivalentes para padronização dos dados, considerando “equivalente ácido” para glifosato, 2,4-D, triclopir e haloxifope; “toneladas de íon equivalente” para paraquate e diquate; “toneladas de cobre metálico equivalente” para fungicidas à base de cobre; e “toneladas de ingrediente ativo” para os demais defensivos.

    Foto: Wenderson Araujo/Trilux/Sistema CNA/Senar

    A equipe comparou a evolução do uso dos herbicidas com a expansão da área agrícola, das lavouras de soja e das pastagens não degradadas, utilizando dados do IBGE e da Universidade Federal de Goiás. Isso permitiu uma visão ampla do impacto dessas substâncias no contexto agrícola brasileiro.

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    Herbicidas se consolidam como insumos prioritários

    O resultado evidenciou o protagonismo dos herbicidas entre os defensivos agrícolas. Diferentemente de fungicidas e inseticidas, usados apenas durante o cultivo, os herbicidas são aplicados do preparo do solo até o pré-colheita e no manejo de áreas de pousio. Essa versatilidade consolidou seu uso e aumentou consideravelmente a dependência do setor agrícola nacional por essas moléculas.

    No ano de 2020, os herbicidas responderam por cerca de 59% do mercado nacional de defensivos agrícolas. Fungicidas e inseticidas ficaram bem atrás.

    Limitações e preocupações ambientais

    O Brasil ainda apresenta baixa oferta de métodos alternativos ao controle químico, como técnicas físicas (laser, espuma, descargas elétricas) e bioherbicidas produzidos a partir de microrganismos ou extratos vegetais. Além dos impactos ambientais, o uso crescente de herbicidas torna o manejo mais caro e exige elevada especialização técnica, pois é preciso combinar diferentes moléculas ou alternar aplicações para tentar driblar a resistência, aumentando a carga química no ambiente.

    Atualmente, o país já registrou 20 casos de resistência ao glifosato, envolvendo pelo menos 12 espécies de plantas consideradas invasoras, como capim-amargoso, buva, caruru e capim-pé-de-galinha. As lavouras também passaram a conviver com plantas voluntárias de milho transgênico resistente ao glifosato, tornando o controle ainda mais complexo.

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    Razões históricas para a dependência do glifosato

    Dois marcos históricos reforçaram a dependência desse produto. A adoção do sistema de plantio direto nos anos 1990 e a chegada das sementes transgênicas resistentes ao glifosato nos anos 2000. Esses avanços simplificaram o manejo, mas contribuíram para a intensificação do uso repetitivo do mesmo princípio ativo. Esse cenário, aliado à redução da mão de obra rural e à urbanização, favoreceu a mecanização e a ampliação do uso de insumos químicos.

    Os pesquisadores alertam para a necessidade urgente de reorganizar o sistema de produção rural brasileiro para garantir a sustentabilidade. Eles sugerem medidas como:

    • Maior investimento em pesquisa e desenvolvimento de bioherbicidas
    • Estímulo à adoção de métodos físicos de controle de plantas daninhas
    • Desenvolvimento de nanoformulações para liberação controlada de herbicidas, que permita a redução das doses aplicadas
    • Políticas públicas para incentivar a aquisição e adaptação de pulverizadores equipados com sensores de detecção de plantas
    • Capacitação constante de técnicos e produtores rurais para aplicação do manejo integrado
    • Certificação e premiação de agricultores que realizem uso racional e minimizado de defensivos

    O futuro do controle de plantas daninhas

    Segundo os pesquisadores, a superação da dependência química exclusiva só será possível com políticas públicas específicas, ampliação da pesquisa, inovação e incentivos à transição para sistemas integrados e equilibrados. O objetivo é garantir a produtividade com sustentabilidade a médio e longo prazo.

    O estudo reforça que o futuro da agricultura brasileira passa por diversificação de estratégias, integração de tecnologias inovadoras e pelo fortalecimento da pesquisa nacional em biotecnologia e controle alternativo de plantas daninhas.

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    Embrapa Flumioxazina Glifosato Glufosinato herbicida herbicidas Triclopir
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    Um dos poucos jornalistas tímidos do mundo, evita aparecer pois sabe que a notícia é sempre mais importante. Trabalhando com jornalismo durante mais de vinte anos, em todas as editorias, já viajou o mundo cobrindo o agronegócio (e o entretenimento). Acredito que a sustentabilidade e o agro andam juntos, e que somos um exemplo para o mundo, além de celeiro da humanidade.

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