Uma onça-parda (Puma concolor) apareceu nesta quarta-feira (28/5) no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, localizado na porção Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O animal foi capturado na área conhecida como Mutuquinha, próxima ao Viaduto da Mutuca. Ele recebeu uma coleira de rastreamento e retornou imediatamente ao seu habitat natural. A tecnologia permitirá o acompanhamento dos seus movimentos dentro e ao redor da unidade de conservação.
Henri Dubois Collet, gestor do parque administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), informou que a equipe técnica já monitorava o animal, que é um exemplar jovem, possivelmente um filhote. A presença da onça-parda reforça a importância da Área de Proteção Ambiental (APA) Sul, que engloba diversas unidades de conservação de proteção integral.
Além da onça-parda, o parque já registrou a presença de uma jaguatirica na Estação Ecológica de Fechos. E três lobos-guará na área do Serra do Rola-Moça, segundo Collet. A instalação de coleiras de rastreamento em mamíferos carnívoros integra as exigências do licenciamento ambiental concedido à Vallourec Mineração, recomendação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O monitoramento inclui também espécies como o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e o gato-do-mato (Leopardus guttulus).
Henri Collet destaca que a presença desses grandes predadores indica que o parque cumpre seu papel na proteção da biodiversidade. “Esses animais estão no topo da cadeia alimentar e sua presença sinaliza a saúde ecológica do ambiente”, afirma.
Planejamento para conservação da fauna na APA Sul
O Instituto Estadual de Florestas (IEF) organiza um workshop para reunir representantes de órgãos públicos, setor privado e especialistas. O objetivo é discutir estratégias para a preservação da fauna na APA Sul. Intitulado “Ecologia do movimento do lobo-guará na região do vetor sul da RMBH e suas implicações para o planejamento territorial sustentável no entorno da BR-040”, o evento será promovido por um grupo de trabalho interinstitucional formado por representantes do IEF, Ibama, Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Prime Projetos e Soluções Ambientais e Vallourec Mineração.
O grupo trabalha na definição do conteúdo programático, objetivos práticos, participantes estratégicos e detalhes logísticos do workshop, como data e local. Breno Lasmar, diretor-geral do IEF, ressalta que o monitoramento das espécies silvestres fornecerá subsídios técnicos essenciais para aprimorar as políticas públicas de proteção à fauna.
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