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    Artigo: as novas estratégias para alavancar o agronegócio no exterior

    Por Pablo Ibañez e Solange Kurpiel
    Henrique RodartePor Henrique Rodarte05/02/2025
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    Globalmente, o agronegócio vive o desafio de se adaptar a novos padrões comerciais. Mercados como o europeu e o asiático apresentam demandas crescentes por sustentabilidade e inovação. Enquanto a chamada Guerra Fria 2.0 força os países a se posicionarem frente a tensões entre grandes potências, conflitos armados significativos e contingenciamentos de mercados, como as ameaças tarifárias anunciadas por Donald Trump. Sobreviver nesse ambiente de alta competitividade e manter o protagonismo no mercado internacional, conservando a capacidade de se relacionar com todos os países, exigirá cada vez mais das empresas brasileiras negociadores atentos às movimentações geopolíticas, dotados de flexibilidade e capazes de se articular estrategicamente.

    A manutenção de uma postura de neutralidade nos relacionamentos comerciais ajuda a conservar portas abertas, mas não basta. É essencial investir na diversificação dos mercados para exportação e no acompanhamento próximo das políticas internacionais, estabelecendo diálogos contínuos com o governo e atuando no sentido de que a abordagem diplomática apoie o setor privado sem gerar incertezas.

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    Com alto potencial de consumo, o mercado asiático merece atenção especial. Concentra 60% dos habitantes do planeta e cerca de 40% do PIB global, além de ter promovido a maior redução da pobreza dos últimos 30 anos, segundo o Banco Mundial. Mas o produto agrícola brasileiro ainda depara com restrições. Foram necessários anos de disputa na Organização Mundial de Comércio (OMC) para que o frango brasileiro entrasse na Indonésia, o que só aconteceu em 2019.

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    Qualidade e certificações

    É fundamental investir em melhorias de qualidade e certificações que atendam aos padrões desses mercados. Além de trabalhar em parceria com entidades governamentais locais e promover feiras e missões comerciais. A construção de relacionamentos de longo prazo e a capacidade de se adaptar às preferências culturais locais são as chaves para a entrada e o fortalecimento dos produtos brasileiros nessas cobiçadas prateleiras.

    Um terceiro mandamento para empresas que buscam crescimento externo é a aproximação e a cooperação com a diplomacia brasileira. Nossos diplomatas conhecem as instituições internacionais, o que pode facilitar o acesso a mercados e o combate a barreiras e favorecimentos indevidos. Além disso, eles participam ativamente de reuniões de blocos econômicos. E possuem conhecimento detalhado das especificidades de importantes parceiros comerciais, como a União Europeia e a Associação de Nações do Sudeste Asiático. A colaboração entre setor privado e governo complementa esforços, recursos e expertises, propiciando articulações para penetrar nos mercados mais difíceis e favorecendo maior integração do setor agropecuário com as políticas comerciais externas do País.

    A questão ambiental é também um ponto de destaque nos mercados globais, especialmente na Europa e, cada vez mais, na Ásia. O Brasil tem uma posição dúbia nessa área, apresentando dados favoráveis, como o uso de energia limpa, mas também taxas preocupantes de desmatamento na Amazônia e no Cerrado. A inserção de produtos agrícolas em mercados externos depende, em grande parte, da capacidade de atender às exigências ambientais. E de lidar com a visão que países e compradores têm do Brasil, o que requer investimento em tecnologia aplicada e marketing assertivo. Eficiência no uso de recursos naturais, economia circular e bioeconomia são requisitos estratégicos para se alinhar aos padrões internacionais, com melhoria de imagem e validação científica de métodos de produção que assegurem uma agricultura tropical sustentável.

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    Transações multimoedas

    Por fim, é vital desenvolver competência para transações multimoedas. As trocas comerciais cada vez mais se afastam da predominância do dólar. E a instabilidade das moedas ocidentais, aliada ao aumento dos juros nos Estados Unidos, tem levado China e Rússia a privilegiarem as próprias moedas nas transações com outros países. O fenômeno é particularmente recorrente na Ásia e aponta uma tendência de médio e longo prazo. Investir em sistemas financeiros que suportem a diversidade cambial e buscar orientação sobre regulamentações financeiras globais são medidas favoráveis a essa nova dinâmica. A diversificação de moedas mitiga riscos financeiros, à medida que diminui a exposição à volatilidade do dólar, abre novas oportunidades de negócios e fortalece a resiliência das empresas em um ambiente econômico global em constante mudança.

    Enfim, há uma combinação de variantes em mutação. Algumas tendências já são claras, outras apenas começam a se delinear. O agronegócio brasileiro precisa estar atento a ambas para não ser surpreendido e conservar sua competitividade e protagonismo nos principais mercados mundiais.

    Solange Kurpiel é coordenadora de Projetos em Aprendizagem e Cultura no Imaflora
    Pablo Ibañez é professor de Geopolíticana Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
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    Henrique Rodarte
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    Um dos poucos jornalistas tímidos do mundo, evita aparecer pois sabe que a notícia é sempre mais importante. Trabalhando com jornalismo durante mais de vinte anos, em todas as editorias, já viajou o mundo cobrindo o agronegócio (e o entretenimento). Acredito que a sustentabilidade e o agro andam juntos, e que somos um exemplo para o mundo, além de celeiro da humanidade.

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