Resumo da notícia
- A BYD Shark e a JAC Hunter tiveram vendas muito baixas em julho no Brasil, com 76 e 24 unidades respectivamente, mostrando rejeição às picapes chinesas no mercado nacional.
- Enquanto isso, Toyota Hilux, Ford Ranger e Chevrolet S10 lideram o segmento com milhares de unidades vendidas, reforçando sua dominância e tradição.
- Apesar de potência e descontos, as picapes chinesas não conquistam o público brasileiro, que valoriza confiança, pós-venda e identidade ligada ao agronegócio.
- Sem mudança de estratégia, Shark e Hunter podem se tornar irrelevantes no mercado brasileiro, enfrentando desvalorização e falta de conexão com os consumidores.
Resumo gerado pela redação.
A BYD Shark e a JAC Hunter chegaram ao Brasil com ares de revolução, mas, em julho, viraram mais suspiro que trovão. A Shark vendeu apenas 76 unidades, e a Hunter, míseras 24. Números tão pequenos que caberiam numa única carreata de concessionária — e ainda sobraria espaço no estacionamento. Sem tradição e com falta de apelo com o agro, o volume de vendas aponta rejeição as picapes chinesas.
Enquanto isso, no mesmo mercado de picapes médias, a Toyota Hilux emplacou 5.370 unidades, a Ford Ranger vendeu 3.104 e a Chevrolet S10, 2.649. É como colocar um violino desafinado para competir com uma orquestra sinfônica — o contraste dói nos ouvidos.
Um palco onde os gigantes cantam alto
O segmento de picapes médias é dominado por nomes que viraram quase folclore no Brasil. A Hilux é o símbolo de força, a Ranger, de ousadia, e a S10, de tradição. Todas com milhares de vendas. Já Shark e Hunter são fantasmas de showroom: aparecem nas vitrines, mas desaparecem na rua.
A ironia é cruel. A Shark carrega um motor híbrido de 437 cv, acelera de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos e até recebeu desconto gordo de R$ 40 mil. Mesmo assim, ficou encalhada. Já a Hunter, que tenta se vender como robusta e valente com seu motor diesel 2.0, se perde numa rede de concessionárias quase tão invisível quanto o número de vendas.
Potência sem povo
Essas duas picapes sofrem de um mal que não se resolve com cavalos-vapor ou fichas técnicas vistosas: falta de identidade no mercado brasileiro. Quem compra picape média quer confiança, tradição, pós-venda sólido. Quer sentir cheiro de diesel e ouvir histórias de resistência. E nisso, Hilux, Ranger e S10 jogam em casa.
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Enquanto as líderes rugem com milhares de unidades, Shark e Hunter mal arranham a superfície. São como leões enjaulados que ninguém vê rugir. Bonitos, potentes, mas silenciosos na arena que realmente importa: o bolso e a preferência do consumidor. E como o mercado não perdoa quem não emplaca, o nível de desvalorição do usado deve ser alto nos próximos 12 meses.
Prenúncio amargo

Se não mudarem a rota, Shark e Hunter correm o risco de se tornarem apenas rodapés na história das picapes no Brasil. No palco das vendas, não basta potência no papel: é preciso reputação, confiança e consistência. E, por enquanto, essas chinesas são só metáfora de fracasso num mercado que não perdoa a falta de conexão com o agro.