A partir de 4 de março de 2025, todos os ovos comercializados no Brasil sem embalagem primária deverão exibir informações obrigatórias diretamente na casca, incluindo a data de validade, classificação, nome do produtor e número de registro oficial.
A medida, estabelecida pela Portaria SDA/MAPA nº 1.179/2024, visa reforçar a segurança alimentar, garantir rastreabilidade e combater fraudes no setor, que produz mais de 52 bilhões de unidades anuais – posicionando o país como o sétimo maior produtor global.
O que muda para consumidores e produtores?
A nova regulamentação exige que ovos vendidos a granel (soltos) ou fora de embalagens tradicionais tenham na casca:
- Data de validade: intervalo em que o produto mantém segurança e qualidade, conforme orientações da Anvisa.
- Classificação: por peso (grande, médio, pequeno) e qualidade (integridade da casca, limpeza).
- Identificação do produtor: nome, razão social e registro no Serviço de Inspeção Oficial.
Para os consumidores, a mudança traz transparência, permitindo verificar a origem e evitar produtos vencidos. Já os produtores precisam investir em tecnologias de impressão com tintas atóxicas certificadas, como as da Markem-Imaje, que evitam contaminação e são ecológicas.
Desafios para o setor produtivo
A adaptação à norma envolve custos significativos. Granjas de grande porte podem gastar até R$ 60 mil em equipamentos, além de despesas com manutenção e treinamento. Em Minas Gerais, terceiro maior produtor nacional, a Avimig alerta que pequenos agricultores enfrentam dificuldades para cumprir o prazo, necessitando de linhas de crédito.
Apesar dos obstáculos, especialistas destacam benefícios a longo prazo. Ramon Grasselli, gerente da Soma Solution, afirma: “A tecnologia reduz erros operacionais e aumenta a confiança do consumidor, alinhando o Brasil a padrões internacionais”.
Como armazenar ovos para prolongar a validade?
A Anvisa orienta:
- Refrigeração: manter ovos na geladeira, preferencialmente na parte interna, para evitar variações de temperatura (validade pode chegar a 30 dias).
- Não lavar antes do armazenamento: a água remove a camada protetora da casca, facilitando contaminação.
- Verificar integridade: cascas intactas e sem rachaduras evitam entrada de bactérias.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Uso indiscriminado de herbicida 2.4-D preocupa olivicultores
+ Agro em Campo: Perigo: vírus ISKNV ameaça produção de peixes