A JBS, em parceria com diversas organizações, anunciou nesta quarta-feira, 22, a doação de 3 milhões de tags para o rastreamento de rebanhos no estado do Pará. A iniciativa visa apoiar um programa pioneiro liderado pelo governo estadual, que tem como objetivo rastrear todo o rebanho de bovinos e búfalos do estado até o final de 2026. O Pará é conhecido por ter o segundo maior rebanho do Brasil.
O anúncio foi feito durante o painel “De Davos a Belém: Definindo o Caminho do Brasil para uma Indústria de Gado Sustentável e de Baixo Carbono”, realizado na reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça. O programa já apresenta resultados significativos em seu primeiro ano e envolve uma coalizão composta por governo, produtores, sociedade civil e indústria. Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, destacou a importância da colaboração: “Juntos, somos agentes de transformação desta cadeia de suprimentos.”
Destinação das tags
Dos 3 milhões de tags, 2 milhões atenderão pequenos produtores. Desses, a The Nature Conservancy (TNC) fornecerá metade com recursos do Bezos Earth Fund, que durante a COP28 se comprometeu a apoiar o estado no lançamento do programa. A JBS fornecerá o restante.
Além disso, a JBS lançou o programa “Acelerador JBS”, que visa facilitar a adoção das tags por seus fornecedores indiretos. A iniciativa inclui a doação de 1 milhão de tags adicionais e todos os serviços necessários ao longo de 2025 para auxiliar os produtores na aplicação das tags. As equipes da JBS e seus parceiros visitarão as fazendas para trabalhar com operadores de rastreabilidade treinados e credenciados pelo programa.
O governador Helder Barbalho lançou oficialmente o programa durante a COP28, em dezembro de 2023, em Dubai. Além disso, o estado criou um Conselho Gestor para integrar diversos órgãos governamentais, representantes da indústria e produtores rurais. A JBS participa desse grupo desde o início.
Em 2024, a companhia conduziu um programa piloto que tagueou 28 mil cabeças no entorno de suas fábricas em Marabá e Redenção. Essa experiência ajudou a avaliar a tecnologia utilizada e as exigências para o trânsito dos animais estabelecidas pelo Conselho Gestor.
Capacitação e assistência técnica
A JBS também apoiou a criação de um programa de treinamento para operadores de rastreabilidade, essenciais para garantir a correta leitura das tags nas fazendas e nos pontos de trânsito dos animais. O programa inclui assistência técnica e requalificação dos produtores rurais.
Por meio dos Escritórios Verdes, criados pela JBS em 2021, mais de 15 mil fazendas na região amazônica já foram regularizadas. Isso inclui mais de 1.000 no Pará, que se comprometeram a restaurar 6.500 hectares de floresta.
Para facilitar o acesso dos produtores aos serviços oferecidos, a JBS lançou em 2024 o Escritório Verde Virtual, permitindo que os agricultores busquem assistência por e-mail, telefone ou WhatsApp de qualquer lugar do país.
Avanços na transparência do agronegócio
Em dezembro de 2024, o Ministério da Agricultura lançou o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos, juntamente com a plataforma Agro Brasil + Sustentável. Essa plataforma integra diversos bancos de dados governamentais para permitir que os produtores forneçam informações sobre local de origem, modo de produção e práticas sustentáveis.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Agricultor de 79 anos conquista título de melhor café de Minas
+ Agro em Campo: Ceia de Natal deve ficar 20% mais cara; a gente explica
Com essas iniciativas, tanto os produtores quanto os compradores terão acesso facilitado às informações sobre as propriedades rurais sem custos adicionais.
A doação das tags pela JBS e seus parceiros representa um passo significativo em direção à rastreabilidade e sustentabilidade na pecuária brasileira. Com essa ação, espera-se não apenas melhorar a transparência da cadeia produtiva, mas também fortalecer as práticas sustentáveis no setor agropecuário.