O governo do Paraná renovou por mais 180 dias o estado de emergência fitossanitária para combate ao greening (HLB), uma das doenças mais devastadoras para a citricultura. O Decreto nº 10.445, assinado pelo governador em exercício Darci Piana, foi publicado na segunda-feira (30/06) e garante agilidade nas ações de controle.
A medida, em vigor desde 2023, já resultou na eliminação de mais de 270 mil mudas infectadas em todo o estado. Agora, as operações se concentram no Vale do Ribeira, principal região produtora de ponkan no Paraná.
Operação Big Citros intensifica fiscalização
Nesta semana, fiscais da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) iniciaram vistorias em propriedades de Doutor Ulysses e Cerro Azul. As equipes orientam produtores sobre identificação de plantas doentes e procedimentos para erradicação de mudas com sintomas de HLB.
A Adapar também realizou encontros com citricultores na Ceasa de Curitiba para treinamento sobre reconhecimento da praga em frutas e plantas. “A educação sanitária é fundamental para conter o avanço da doença”, afirmou Caroline Garbuio, responsável pelo Programa de Sanidade da Citricultura da Adapar.
Até agora, as equipes confirmaram plantas doentes na região, mas não encontraram o psilídeo (Diaphorina citri), inseto vetor da bactéria Candidatus Liberibacter spp que causa o greening. Armadilhas foram instaladas em vários pontos para monitoramento.
Especialistas avaliam que os psilídeos podem ter sido controlados por predadores naturais, como a vespa Tamarixia radiata, usada no controle biológico 12. No entanto, o alerta permanece máximo.
Impactos econômicos do HLB
O greening provoca:
- Queda prematura de frutos
- Redução drástica da produção
- Morte precoce das plantas
- Frutos deformados e com qualidade inferior
“Os prejuízos são enormes, tanto para consumo in natura quanto para a indústria de processamento”, explica Alexandre Paloschi, especialista em defesa sanitária vegetal.
Ações integradas mostram resultados
A Câmara Setorial da Cadeia da Citricultura do Paraná, criada este ano, reúne entidades como Sistema FAEP, Adapar e IDR-Paraná para coordenar o combate à doença. “A união de esforços está trazendo resultados concretos”, afirma Ágide Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP.
Produtores destacam a importância das medidas: “As ações são um caminho sem volta. Graças a esse trabalho conjunto, estamos conseguindo controlar o avanço da doença”, relata Marlene Calzavara, citricultora de Paranavaí.
Como identificar e denunciar
Sintomas do greening incluem:
- Folhas com manchas irregulares amarelas
- Frutos assimétricos e menores
- Sementes abortadas
- Morte de ramos
Moradores podem denunciar plantas suspeitas diretamente nas Unidades Regionais de Sanidade da Adapar ou pelo WhatsApp (48) 3665.7300, em Santa Catarina.
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