O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 1,26% no terceiro trimestre de 2024, conforme dados do Cepea e da CNA. Após dois trimestres consecutivos de queda, o setor acumula retração de 2,49% no ano. A agropecuária deve representar 22% da economia brasileira em 2024, abaixo dos 23,5% registrados em 2023.
O crescimento trimestral foi impulsionado por avanços nos insumos (0,83%), no segmento primário (1,14%), nas agroindústrias (1,60%) e nos agrosserviços (1,22%). Esse desempenho reflete o aumento do valor bruto da produção, influenciado por preços reais mais altos.
Setores agrícola e pecuário mostram recuperação
Os dois ramos do agronegócio apresentaram crescimento no terceiro trimestre. O ramo agrícola cresceu 1,27%, com destaque para as agroindústrias (1,85%) e agrosserviços (1,64%). Já o ramo pecuário teve alta de 1,31%, puxado por insumos (1,99%) e o segmento primário (3,02%).
Apesar dos avanços pontuais, o ramo agrícola acumula queda de 4,04% nos primeiros nove meses de 2024. Menores preços e a redução na produção de soja, milho e trigo impactaram o segmento primário agrícola. No ramo pecuário, a indústria de rações e medicamentos para animais impulsionou o crescimento de 1,60%.
Segmento de insumos registra queda no ano
No acumulado de 2024, o PIB dos insumos recuou 7,24%, com destaque negativo para os insumos agrícolas (-10,69%). A retração reflete quedas nas indústrias de fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas, pressionadas por menores preços e produção. Por outro lado, os insumos pecuários cresceram 1,32%, impulsionados pelas indústrias de rações e medicamentos.
No terceiro trimestre, o segmento de insumos cresceu 0,83%, com recuperação pontual nas indústrias de base agrícola. Contudo, o setor ainda enfrenta desafios como a alta global nos custos de matérias-primas e a desvalorização do Real.
Agroindústria e agrosserviços mostram desempenho misto
O PIB da agroindústria caiu 0,67% nos primeiros nove meses de 2024. As agroindústrias de base agrícola recuaram 2,32%, enquanto as de base pecuária avançaram 6,00%. Apesar do aumento da produção, os menores preços de biocombustíveis e óleos vegetais influenciaram na retração do setor agrícola.
Os agrosserviços apresentaram queda de 1,74% no acumulado do ano. A retração foi mais acentuada nos agrosserviços de base agrícola (-3,99%), enquanto os de base pecuária cresceram 4,15%, refletindo a maior produção do setor.
Projeções para 2024: PIB de R$ 2,58 trilhões
O agronegócio brasileiro deve atingir um PIB de R$ 2,58 trilhões em 2024. O ramo agrícola deve responder por R$ 1,84 trilhão, e o ramo pecuário, por R$ 744,02 bilhões. Apesar da recuperação em alguns segmentos, a participação do setor na economia deve cair para 22%, sinalizando desafios para o próximo ano.
Ou seja, com as oscilações nos preços globais e impactos internos, o planejamento das próximas safras exige monitoramento constante. Fatores como câmbio, custos de produção e demanda internacional serão decisivos para o desempenho futuro do agronegócio.