Na manhã de ontem, quinta-feira (24), uma operação conjunta da 1ª Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato de Bagé (Decrab), do Departamento de Defesa Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDV/Seapi) e da equipe da Operação Protetor das Divisas e Fronteiras resultou na fiscalização de uma propriedade rural em Bagé, no Rio Grande do Sul. A ação teve como objetivo apurar denúncias de manipulação e aplicação irregular de insumos agrícolas, especialmente agrotóxicos estrangeiros proibidos no Brasil.
No local, as equipes identificaram o descarte inadequado de embalagens de agrotóxicos, armazenamento irregular de insumos e a presença de embalagens de “paraquat”. Esse é um herbicida banido em diversos países devido à sua alta toxicidade. O produto está proibido no Brasil desde 2017 por decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após estudos comprovarem graves riscos à saúde humana, incluindo potencial letalidade mesmo em casos de exposição acidental.
Denúncia
A fiscal estadual agropecuária Michelle Rodrigues informou que o canal oficial do DDV recebeu a denúncia, posteriormente confirmada durante a fiscalização, que identificou produtos contrabandeados e não autorizados para uso no país. As equipes autuaram o proprietário da área pelas infrações ambientais e sanitárias.
A presença e o uso de agrotóxicos ilegais, além do descarte irregular de resíduos, configuram crime ambiental grave. E são alvo de operações constantes das autoridades estaduais e federais na região de Bagé e outros municípios gaúchos. Ações como essa visam coibir a circulação de produtos perigosos, proteger o meio ambiente e garantir a segurança alimentar. Além de reforçar a importância do cumprimento rigoroso da legislação sobre defensivos agrícolas.
O paraquat, em particular, é reconhecido internacionalmente por sua extrema periculosidade e já foi proibido em mais de 50 países. Isso incluindo membros da União Europeia e Suíça, devido à sua toxicidade aguda e crônica. A fiscalização e o combate ao uso e comércio de agrotóxicos ilegais seguem como prioridade para órgãos de defesa agropecuária e segurança pública no Rio Grande do Sul.
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