Os preços do milho e do trigo encerraram em alta na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (31), impulsionados por projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em resumo, o trigo avançou devido à redução da área plantada, enquanto o milho subiu mesmo com o aumento da estimativa de plantio. Em contrapartida, a soja caiu com a elevação dos estoques.
Os contratos de trigo para maio fecharam em US$ 5,37 por bushel, alta de 1,66%. Em geral, a valorização reflete a projeção de menor área plantada nos EUA, que deve alcançar 18,37 milhões de hectares na safra 2025/26. Portanto, se confirmada, essa será a segunda menor área desde 1919.
O milho para maio registrou alta de 0,88%, cotado a US$ 4,5725 por bushel. O avanço ocorreu apesar do aumento de 5,2% na estimativa da área plantada nos EUA, que pode atingir 38,57 milhões de hectares.
Já a soja recuou 0,87%, fechando a US$ 10,2825 por bushel. A queda ocorreu mesmo com a redução de 4,1% na área plantada, estimada em 33,79 milhões de hectares. O aumento dos estoques pressionou as cotações. Segundo o USDA, os estoques da oleaginosa cresceram 3,5% até 1º de março, alcançando 51,98 milhões de toneladas.
Mercado brasileiro
No Brasil, as negociações de milho ocorrem de forma pontual e regionalizada, segundo o Cepea. Produtores focam na colheita da safra de verão e na finalização do plantio da segunda safra. Do lado da demanda, compradores se mantêm afastados do mercado spot ou adquirem lotes pontuais. Esse cenário pressiona os preços em algumas regiões, como Campinas (SP), mas as cotações seguem acima dos valores registrados há um ano.
A demanda externa pela soja brasileira aumentou o volume de negócios na última semana. Pesquisadores do Cepea apontam que a valorização do dólar frente ao real tornou o produto mais atrativo no mercado internacional. Além disso, produtores intensificaram as vendas para obter recursos e financiar a próxima safra.
Dados preliminares da Secex indicam que, até 21 de março, o Brasil embarcou 10,25 milhões de toneladas de soja, volume 59,5% superior ao total exportado em fevereiro. A colheita segue em ritmo acelerado, com clima favorável impulsionando a produtividade. Segundo a Conab, até 23 de março, 76,4% da área total havia sido colhida, superando os 66,3% registrados no mesmo período de 2024 e a média dos últimos cinco anos.
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