A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou sua segunda estimativa para a safra de grãos 2024/25, prevendo uma produção de 322,53 milhões de toneladas. Esse volume representa um crescimento de 8,2% em relação ao ciclo anterior, com um aumento aproximado de 24,6 milhões de toneladas na colheita.
Esse crescimento é resultado da expectativa de aumento na área plantada e da recuperação na produtividade média das lavouras no Brasil. Segundo o 2º Levantamento de Grãos da Safra 2024/25, os agricultores deverão semear cerca de 81,4 milhões de hectares durante este ciclo.
Thays Moura, fundadora da fintech Agree, observa que esses dados indicam um cenário promissor para o setor agrícola. “O planejamento financeiro é crucial para aproveitar as oportunidades que surgem com esse crescimento. Soluções de crédito personalizadas serão essenciais para atender às necessidades dos produtores”, destaca.
Destaques por cultura
Entre os principais produtos, a Conab projeta um aumento na área semeada de arroz, que deve passar de 1,6 milhão de hectares em 2023/24 para 1,77 milhão de hectares no ciclo atual. A semeadura já começou nas principais regiões produtoras e cobre 65% da área total, conforme o relatório Progresso de Safra. A produção deve ultrapassar 12 milhões de toneladas, com uma produtividade projetada em 6.814 quilos por hectare.
Para a primeira safra de feijão, a estimativa é uma recuperação de 3,6% na área cultivada, totalizando 892,3 mil hectares e uma produção esperada de 991,6 mil toneladas. No caso da soja, projeta-se um aumento de 2,6% na área plantada, atingindo 47,36 milhões de hectares, com uma produtividade média 9,6% maior, resultando em 166,14 milhões de toneladas.
O milho deve manter uma área estável em 21 milhões de hectares, com uma safra total estimada em 119,8 milhões de toneladas, sendo 22,8 milhões provenientes do primeiro ciclo já semeado em 48,7% da área. Para o trigo, espera-se uma produção de 8,11 milhões de toneladas, com 79,4% da área já colhida.
Necessidade de crédito e inovação
Moura ressalta que os agricultores continuarão a precisar de crédito para adquirir insumos e realizar investimentos em infraestrutura que suportem o aumento da produção. “A expectativa é que a melhoria na produtividade média das lavouras seja resultado dos investimentos em tecnologia e boas práticas agrícolas”, afirma.
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Ela também destaca que é fundamental aumentar o suporte em termos de crédito para inovação tecnológica, como agricultura de precisão e aquisição de equipamentos modernos. “O crédito rural deve ser complementado com estratégias como seguros agrícolas e contratos futuros para garantir a sustentabilidade financeira dos negócios”, explica.
Expectativas para o agronegócio
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB do agronegócio pode crescer 5% em 2025. Esse avanço deve-se ao aumento da produção primária agrícola e ao crescimento da indústria de insumos e da agroindústria exportadora. Apesar do cenário otimista, desafios como a alta do dólar e dos juros ainda persistem. A Agree se propõe a oferecer suporte aos produtores rurais na captação do crédito rural com condições favoráveis e atendimento personalizado.
Com as previsões otimistas para a safra 2024/25 e a crescente demanda por crédito e tecnologia no setor agrícola, o Brasil se prepara para enfrentar os desafios do mercado enquanto busca consolidar sua posição como um dos principais produtores agrícolas do mundo. A colaboração entre instituições financeiras e agricultores será crucial para garantir o sucesso dessa empreitada.