O Programa Tabaco é Agro: Diversificação das Propriedades, lançado oficialmente durante a Expoagro Afubra, no Rio Grande do Sul, marca quatro décadas de esforços do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e empresas associadas para impulsionar a diversificação agrícola. A iniciativa amplia ações históricas do setor, que desde 1985 promove o uso eficiente de recursos e a renda complementar em propriedades rurais.
Tabaco: 20% da Área, 56% da Receita
Na safra 2023/2024, o tabaco ocupou 20,5% da área média das propriedades (cerca de 3 hectares), mas foi responsável por 56,3% da receita dos produtores, A receita total com a diversificação alcançou R$ 9,15 bilhões, sendo R$ 3,83 bilhões de outras culturas, com destaque para milho, soja, batata doce e hortifrutigranjeiros, e R$ 5,32 bilhões referente à criação de animais e produtos granjeiros.
Para Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco, os números comprovam o papel estratégico do tabaco na agricultura familiar: “É o alicerce econômico em muitos municípios. Com alta rentabilidade em pequenas áreas e sazonalidade favorável, permite uma segunda safra na mesma terra, fortalecendo a segurança alimentar e a diversidade de renda”, afirma.
O novo projeto substitui o antigo Programa Milho, Feijão e Pastagens após a Colheita do Tabaco, mantendo o foco em:
- Orientação Técnica: produtores recebem capacitação sobre cultivos complementares e manejo integrado.
- Parcerias Estratégicas: apoio de entidades governamentais e dos governos do RS, SC e PR.
Rotação de culturas reduz pragas, doenças e erosão do solo.
Segundo Fernanda Viana, assessora técnica do SindiTabaco, a diversificação vai além da renda. “Grãos como milho aproveitam resíduos de fertilizantes do tabaco e servem para alimentação animal, cortando custos. É um ciclo sustentável que prepara o solo para a próxima safra”.
Com 40 anos de trajetória, o programa reforça seu compromisso com:
- Redução de Riscos: menos dependência do tabaco como monocultura.
- Segurança Alimentar: produção de alimentos para consumo e comercialização.
- Resiliência Climática: práticas que preservam solos e recursos hídricos.
A indústria tabaqueira, que envolve 135 mil famílias no Sul do Brasil, mira agora na expansão de mercados para produtos diversificados, como hortifrútis e proteína animal.
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