Desde o ano 2000, a São Martinho desenvolve o Projeto Viva Natureza, iniciativa voltada à restauração de matas ciliares e à conservação da biodiversidade nas áreas de atuação da companhia. A ação já resultou na recuperação de mais de 2.580 hectares de vegetação nativa e no plantio de cerca de 4,3 milhões de mudas, fortalecendo os corredores ecológicos e criando condições favoráveis para o desenvolvimento da fauna local.
Durante a safra 2024/2025, a empresa intensificou o monitoramento da fauna por meio de um protocolo estruturado de avistamento, que identificou 578 animais de 67 espécies diferentes nas áreas reflorestadas de suas quatro unidades. Os registros evidenciam a presença de espécies ameaçadas e quase ameaçadas de extinção, como a ariranha, a anta, a arara-vermelha e a onça-parda.
Segundo dados levantados pela São Martinho, 59,34% dos animais observados são mamíferos, 26,64% aves e 14,01% répteis. A classificação do grau de ameaça segue a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A classificação das espécies registradas mostra que 49,83% se enquadram na categoria “menor preocupação”, como a coruja-buraqueira. Outras 18,51% pertencem ao grupo de espécies vulneráveis, como o lobo-guará, enquanto 1,9% aparecem como quase ameaçadas e 2,94% ainda não receberam avaliação.

O assessor de Meio Ambiente da São Martinho, André Tebaldi, destaca que o projeto de avistamento de fauna busca monitorar de forma contínua a biodiversidade, avaliar eventuais impactos das operações da empresa e embasar ações voltadas à preservação ambiental. “A iniciativa fortalece nosso compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental, promovendo a convivência harmônica entre as atividades agrícolas e a conservação dos ecossistemas”, afirma.
Registro fotográfico da fauna integra ação de educação ambiental
Para ampliar a visibilidade do projeto, a São Martinho contratou o fotógrafo Miguel Biasoli, estudante de Ciências Biológicas na Unesp de Jaboticabal, para documentar a fauna presente nas áreas reflorestadas da Unidade São Martinho, em Pradópolis (SP). O trabalho de campo, realizado entre março de 2024 e janeiro de 2025, incluiu saídas semanais e uso de câmeras automáticas (“traps”) para registros noturnos.

Biasoli fotografou mais de 200 animais, com destaque para aves como arara-vermelha, seriema, picapauzinho-barrado e gavião-caboclo. Além de mamíferos como macaco-prego, cachorro-do-mato, cervo, cateto e espécies raras como a onça-parda, tamanduá-bandeira, jaguatirica e lobo-guará. Cobras como jiboia e sucuri também foram registradas.

“As imagens revelam a riqueza ecológica das matas restauradas e comprovam a eficácia das ações de preservação da companhia”, comenta o fotógrafo. As fotos comporão um livro comemorativo bilíngue (português e inglês), com edições impressa e digital. A obra trará informações sobre os projetos ambientais da empresa e será distribuída gratuitamente, sem fins comerciais. Algumas imagens também passarão a decorar o Centro de Inovação da unidade.

O assessor de Inovação da São Martinho, Walter Maccheroni, destaca que o projeto reforça o valor ecológico e educativo da biodiversidade local. “Além de sensibilizar o público interno, as imagens ajudam a promover a conscientização ambiental. E a fortalecer a conexão entre nossas operações e a conservação dos recursos naturais”, conclui.
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